quinta-feira, 4 de abril de 2013

Filmes de 2013: Parte 1


Depois da desilusão que foram os Óscares deste ano (não o são quase sempre?), olhemos para a nova temporada. Começo aqui um apanhado de alguns dos mais antecipados filmes de 2013. Originalmente, o objectivo era falar sobre 50 filmes, mas achei melhor ir elaborando a lista aos poucos e depois logo se vê qual será o número total. Consequentemente, este tema vai ocupar uns quantos posts. Os filmes em si não estão organizados em nenhuma ordem particular, é aleatório. Muitos ficam de fora, como é óbvio, mas posso mencionar que os fãs de blockbusters vão ter muito com que se entreter, com a estreia de Man of Steel, Iron Man 3, Thor: The Dark World, Star Trek: Into Darkness, Wolverine ou o segundo filme da série Hunger Games. Este será também um ano rico em biopics, de Mandela a Grace Kelly, passando pela princesa Diana, alguns dos quais se encontrarão nesta lista. Deixei espaço, também, para os meus preconceitos – Serena não vai estar nesta lista porque ainda não recuperei totalmente da desilusão que foi Melhor Actriz nos Óscares. Como seria de esperar, há uma mistura de géneros, do grande filme de prestígio de Hollywood, com os olhos postos nos Óscares, ao pequeno filme independente ou ao “genre film”. Alguns ficaram de fora porque tinha dúvidas em relação à data de estreia, pois tanto podem estrear este ano como só em 2014 (é o caso de The Grand Budapest Hotel, de Wes Anderson).
 
 
August: Osage County
Realização: John Wells
Com: Meryl Streep, Julia Roberts, Ewan McGregor, Benedict Cumberbatch, Juliette Lewis, Chris Cooper, Margo Martindale
Adaptação da premiada peça de Tracy Letts, que ganhou o Pulitzer e vários Tony (incluindo melhor peça teatral) e que não será certamente desconhecida daqueles que seguem as cenas teatrais do West End ou da Broadway. Este filme reúne um elenco de luxo, encabeçado por Meryl Streep, num papel que parece ser feito à medida para mais uma nomeação da Academia. A incógnita aqui é John Wells e se ele terá a capacidade de aproveitar ao máximo este elenco, já que o seu CV enquanto realizador é limitado e pouco impressionante. Claro que os ajuntamentos de “estrelas” também por vezes não resultam, podendo até ser uma distracção para o espectador. Ou seja, o material de base é excelente, a adaptação poderá ou não resultar. Promete, contudo, boas interpretações que poderão fazer parte da próxima temporada de prémios. Um caso a ver.
 
Twelve Years a Slave
Realização: Steve McQueen
Com: Chiwetel Ejiofor, Michael Fassbender, Benedict Cumberbatch, Brad Pitt, Paul Dano, Paul Giamatti, Quvenzhané Wallis
Baseado nas memórias de Solomon Northup, publicadas em 1853 com o mesmo título, Twelve Years a Slave é a história de um homem que nasceu livre mas que foi raptado e feito escravo por doze anos, até conseguir a sua libertação. Este best-seller do século XIX é agora adaptado ao ecrã pelo britânico Steve McQueen, com o também britânico Chiwetel Ejiofor no centro de um elenco de peso. McQueen ainda não falhou enquanto realizador, com os excelentes Hunger e Shame, razão pela qual este é um filme muito antecipado. Este papel poderá ser a grande oportunidade de Ejiofor, um excelente actor que ainda não teve a projecção que merecia (como sabe quem viu o seu Othello no West End). É, também, a terceira colaboração entre McQueen e Fassbender, que desta vez é o “vilão” da história. Com estreia prevista para Dezembro nos Estados Unidos, este é um dos filmes que espero com maior ansiedade este ano.
 
 
Trance
Realização: Danny Boyle
Com: James McAvoy, Vincent Cassel, Rosario Dawson
Trance parece ser um regresso de Danny Boyle aos seus inícios como realizador, se a temática for indicação. A história de um roubo que corre mal, de amnésia e hipnotismo, num “genre film” como Boyle não fazia há muito. No entanto, o filme já estreou no Reino Unido e a recepção não foi entusiástica. Para além disso, quanto mais sei do enredo, menos interesse vou tendo, parecendo estar muito longe daquilo que o trailer nos promete. Contudo – e isto é uma nota pessoal – é um dos 4 filmes que o estranhamente subvalorizado James McAvoy tem para estrear este ano. McAvoy é uma das razões, com Boyle e Cassel que me irão levar a ver este filme, apesar de tudo o resto.
Outra nota pessoal: o papel de Vincent Cassel era, originalmente, de Michael Fassbender, que teve de sair do projecto por incompatibilidade de calendário. Quem viu o último X-Men perceberá porque isto me deixou, como a muitos, algo desiludida, independentemente de apreciar muito Cassel. McAvoy e Fassbender têm uma das mais extraordinárias químicas que tenho visto nos últimos tempos no grande ecrã. Devia haver um filme por ano com estes dois.

 
Wolf of Wall Street
Realização: Martin Scorsese
Com: Leonardo DiCaprio, Jean Dujardin, Joanna Lumley, Jonah Hill, Rob Reiner, Matthew McConaughey
Corrupção em Wall Street. Este é o tema do novo filme de Martin Scorsese, com argumento de Terence Winter e baseado numa história verídica (as memórias de Jordan Belfort com o mesmo título). Esta nova colaboração entre o realizador e DiCaprio está na lista pelas razões mais óbvias: um filme de Scorsese é sempre dos mais esperados do ano. Tem hipóteses de vir a ser uma das presenças na próxima temporada de prémios.
 
The Great Gatsby
Realização: Baz Luhrmann
Com: Leonardo DiCaprio, Carey Mulligan, Tobey Maguire
Esta adaptação da obra-prima de Fitzgerald tinha estreia prevista para o Natal de 2012, tendo sido adiada para a Primavera deste ano. Claro que isso provocou especulações, dado que adiamentos deste género raramente anunciam algo de bom. No entanto, se os trailers são indicação, este será uma festa visual ao estilo de Luhrmann, realizador de Moulin Rouge e de Romeu + Julieta. Infelizmente será, também, em 3D. Suponho que este será daqueles filmes que irá dividir opiniões, tal como Moulin Rouge há uma década. The Great Gatsby já foi anunciado como o filme de abertura do Festival de Cannes e estreará nos cinemas em Maio.


Maria Braun