Cara
Sally, como disse no meu post sobre o novo Star Trek, ainda não sei se vou ver
o filme no cinema. Nunca tive paciência para a série. Mas, se for, estás
convidada. Mesmo se ninguém der à luz uma lula.
Mudemos
de tema. Este mês a BBC passou um documentário, apresentado pela comediante
Victoria Wood, sobre chá. Como os meus companheiros de blog bem sabem, o
chá é um dos meus pequenos vícios, pelo que este programa teria sempre um apelo
especial. Rapidamente descobri que, durante o documentário, Wood conversava com
várias pessoas sobre a importância do chá no seu quotidiano. Entre elas encontramos
Morrissey e Matt Smith. Não resisto, por isso, a colocar estes dois clips aqui
no blog. Duas das minhas pessoas preferidas a falar sobre a minha bebida de
eleição? Yes, please.
Com este post chego aos 25 filmes. Acho que não é mau.
Knight of Cups
Realização: Terrence
Malick
Com: Christian Bale,
Natalie Portman, Cate Blanchett, Wes Bentley, Antonio Banderas
Untitled Terrence
Malick Project
Realização: Terrence
Malick
Com: Ryan Gosling, Christian
Bale, Michael Fassbender, Natalie Portman, Rooney Mara, Cate Blanchett
O que se passa com Terrence Malick? Será da idade? O
pouco prolífico mestre do cinema, conhecido por realizar um filme por década,
entrou na sua fase mais produtiva de sempre. Depois de The Tree of Life em 2011 e To
The Wonder em 2012, Malick tem dois filmes projectados para este ano e um
outro para 2014. Claro que essas projecções podem não se concretizar
(lembram-se de quanto tempo The Tree of
Life esteve em pós-produção?). No entanto, se os prazos se cumprirem,
Malick produziu nos últimos três anos tanto quanto em quatro décadas.
Esta entrada junta, assim, os dois filmes projectados
para este ano. Não considerei To The
Wonder porque a sua apresentação oficial foi o ano passado, apesar de só
estrear este ano em praticamente todo o lado.
Kill Your Darlings
Realização: John
Krokidas
Com: Daniel Radcliffe,
Dane DeHaan, Michael C. Hall, Ben Foster, Jack Huston
Foi apresentado em Sundance este ano e foi, em geral, bem
recebido. Passa-se durante a juventude de Allen Ginsberg, ainda estudante universitário
em Columbia, e na génese da Beat
Generation. É um tema muito explorado pelo cinema indie americano, mas é aqui contextualizado de uma forma diferente.
Partindo da relação entre Ginsberg e Lucien Carr, no centro do filme está um bem
documentado crime dentro deste círculo, que afectou alguns dos seus elementos –
o filme foca, para além de Ginsberg, Kerouac e Burroughs. O crime serve, assim,
como momento de auto-reflexão e impulso criativo para um dos mais
significativos movimentos literários americanos do século XX. Este filme é,
ainda, mais um passo de Daniel Radcliffe na redefinição da sua carreira
pós-Harry Potter, com escolhas que desafiam a imagem criada pelo papel que lhe
deu fama. Se confiarmos nas reacções saídas de Sundance, a sua aposta foi bem-sucedida.
Mandela: Long Walk to
Freedom
Realização: Justin
Chadwick
Com: Idris Elba, Naomie Harris
Baseado
na autobiografia de Nelson Mandela, este é um dos muitos biopics programados
para este ano. Pode ser a oportunidade do britânico Idris Elba, que há algum
tempo tenta passar do sucesso televisivo para o cinema. Apesar de já ter feito
parte do elenco de filmes de grande orçamento, como Prometheus ou Thor, este
é um papel principal de grande projecção e que, para além do mais, terá o apoio
de Harvey Weinstein (que vai distribuir o filme). Com data de estreia para o
final do ano nos EUA, pode vir a ser uma das apostas do todo-poderoso Weinstein
na próxima temporada de prémios.
The Disappearance of
Eleanor Rigby
Realização: Ned
Benson
Com: James McAvoy,
Jessica Chastain, Viola Davis, Isabelle Huppert, William Hurt
Este é talvez um dos projectos mais intrigantes do ano. É
um filme em duas partes, intituladas His
e Hers, e tem a sua estreia prevista
para Setembro nos EUA. Cada um dos filmes cobre a mesma história e período
temporal, mas com uma perspectiva diferente, estando cada parte focada num dos dois
elementos de um casal em crise. His
mostra-nos o ponto de vista do marido (McAvoy) e Hers o da mulher (Chastain). Não há muitos mais pormenores a
circular por aí, sendo esta sinopse praticamente tudo o que se sabe sobre o
projecto. A premissa (que em si mesma não é propriamente original) e o elenco
garantem, no entanto, a sua presença nesta lista.
Não me recordo de ver um episódio do Star Trek na íntegra. E, já agora, nenhum dos filmes também. Eis a prova categórica da minha adolescência normal e socialmente saudável. Perdoem-me os fãs. Aqueles que vão a convenções e usam os pijamas que as personagens vestem como fato espacial, ou seja lá o que for.
Para mim, Spock é um bom nome para cão e a alcunha de um colega do liceu. Sem orelhas em bico, nem franjinha à garçonne, de facto, o meu colega talvez se parecesse mais com um cão do que com o Spock. Nunca percebi a alcunha. Enfim, era o liceu! Mas a verdade é que pegou. Hoje nem me consigo lembrar o nome verdadeiro do rapaz, só do nome de guerra. Pergunto-me se, aos 31 anos, Spock ainda será Spock. Espero que sim.
Quanto ao vídeo, Maria, até me parece divertido. Muita coisa destruída... os pijamas.... Mas só te acompanho até uma sala de cinema se me prometeres que o Kirk vai parir uma alforreca antes de ir a correr apanhar o 36.
Sally Bowles
P.S.
Quando falei dos pijamas era a isto que me referia. O meu irmão tinha um igualzinho. Em azul como o do Spock. Mas só o usava para fazer ó-ó.
Foram finalmente anunciados quais os filmes em competição no Festival de Cannes deste ano. Alguns deles vão estar na lista de 2013 que tenho estado a colocar no blog.
Depois da tua pequena provocação no outro dia, cara Sally, resolvi deixar-te aqui um dos (muitos) trailers do novo Star Trek. FYI, ainda não sei se conseguirei ultrapassar a minha aversão à série (apesar do filme de 2009 ter sido bastante decente) e se irei ver Into Darkness. Digo-te daqui a umas semanas.
A
morte de Margaret Thatcher mostra mais uma vez como os media (com notáveis
excepções) manipulam, branqueiam e tentam reescrever a história como lhes
convém. Lá porque a senhora morreu não quer dizer que ela fosse uma estadista a
quem se deva respeito ou idolatria. Felizmente, a tecnologia de hoje permite
que muitas vozes se façam ouvir e essas vozes são de gente que não esquece. Os
festejos em várias cidades, as campanhas online ou apenas os comentários num
qualquer site são provas de que, de facto, há coisas que o tempo não apaga. Não
é humano falar mal de alguém que acaba de morrer? Ela também não tinha um pingo
de humanidade. Estamos a falar da pessoa que destruiu a indústria inglesa e
declarou guerra à working class, que desestruturou
famílias e comunidades inteiras, que lançou gente para o desemprego e que lhes
disse para se desenvencilharem sozinhos sem ajuda do Estado, de alguém que
literalmente tirou o leite às crianças. Da pessoa que oficialmente declarou
Mandela um terrorista, que apoiou o apartheid,
que foi amiga de Pinochet e Mugabe. Estamos a falar da pessoa que ajudou a
encobrir Hillsborough e que ordenou a morte de 300 marinheiros argentinos. E
ainda não mencionei Bobby Sands.
Em
muitas terras, sobretudo no norte de Inglaterra, ainda se sofrem as
consequências do seu governo e da guerra de classes que alimentou. Um governo que
beneficiava os ricos, enquanto os pobres mereciam sofrer apenas por serem
pobres. Se os britânicos querem celebrar nas ruas, deixem-nos. É de mau gosto? Sim
mas, para ser sincera, não quero saber.
Por
fim, quero só dizer que agradeço muito ao Guardian por ter sido um dos poucos
jornais que manteve a imparcialidade nisto tudo e que nos deu uma excelente
cobertura dos acontecimentos nos últimos dias. Tem sido uma leitura muito
interessante.
Deixo
aqui um vídeo que já tem uns anos, com o comediante escocês Frankie Boyle no
programa Mock The Week a deixar bem
claro, na altura, o que achava de um potencial funeral de Margaret Thatcher. É
hilariante.
Com: George
Clooney, Matt Damon, Cate Blanchett, Jean Dujardin, Bill Murray, John Goodman
Um grupo de historiadores de arte e curadores de
museus junta-se para salvar uma série de obras de arte das mãos dos Nazis.
Parece um episódio dos Simpson, mas não é. É o novo filme de George Clooney,
com estreia prevista para Dezembro e potencial para fazer parte da próxima
temporada de prémios e de se apresentar nos festivais do Outono. Tem um elenco
de luxo e não irá passar despercebido.
Mud
Realização: Jeff
Nichols
Com: Matthew
McConaughey, Reese Witherspoon, Michael Shannon, Sarah Paulson, Sam Shepard
Do realizador de Shotgun
Stories e TakeShelter, este filme foi
apresentado em Cannes no ano passado e em Sundance este ano. É, também, mais um
passo na reviravolta que se tem dado na carreira de Matthew McConaughey nos
últimos tempos, surpreendendo todos com interpretações sólidas em bons
projectos. Segundo dizem – tenho que seguir a opinião de outros porque ainda
não vi o filme – McConaughey dá-nos um bom desempenho num filme que tem tido
críticas geralmente favoráveis. Estreia nos Estados Unidos em Abril.
Venus in Fur
Realização : Roman
Polanski
Com :
Emmanuelle Seigner, Mathieu Amalric
Adaptação da peça de David Ives, é um jogo a dois
sobre o casting da actriz principal de um filme; a actriz e o
realizador entram num “duelo” que vai alterar a relação de poder entre eles.
Polanski tem sido hit and miss nos
últimos anos, pelo que é difícil saber o que esperar. O seu último filme foi
também a adaptação de uma peça teatral, O
Deus da Carnificina, e os resultados não foram os mais entusiasmantes. No
entanto, Polanski é quase sempre interessante mesmo quando não é bom; além do
mais, o antecessor de Carnage, O Escritor Fantasma, foi um dos
melhores trabalhos na sua carreira mais recente.
Originalmente, o papel masculino era para ser
interpretado por Louis Garrel, que mais tarde saiu e foi substituído por
Amalric; confesso que tinha alguma curiosidade em ver uma colaboração entre
Polanski e Garrel e espero que eles venham a trabalhar juntos num futuro
próximo.
The Grandmaster
Realização: Wong
Kar Wai
Com: Tony Leung, Zhang Ziyi
É o novo filme de um dos mestres do cinema actual e
tem sido esperado com muita expectativa, em parte devido aos atrasos que tem
sofrido. Foi apresentado em Berlim este ano, abrindo o Festival. É a história
do mestre Ip Man, que chegou a treinar Bruce Lee, naquele que pode ser
considerado um filme de artes marciais em versão Wong Kar Wai (ou seja,
essencialmente contemplativo). Já estreou na China, com bons resultados, e
deverá estrear no Ocidente durante a Primavera/Verão.
The Fifth Estate
Realização: Bill
Condon
Com: Benedict
Cumberbatch, Daniel Brühl, Laura Linney, David Thewlis, Carice Van Houten
Filme sobre Julian Assange e a sua relação com o seu
colega e apoiante Daniel Domscheit-Berg, que foi negativamente afectada pelo
sucesso e influência da WikiLeaks. Baseado no livro de Domscheit-Berg, Inside WikiLeaks: My Time with Julian
Assange at the World’s Most Dangerous Website, é um dos biopics na lista,
realizado por Bill Condon, que tem tido altos e baixos na sua carreira.
Esperemos que este seja o Condon de Gods
and Monsters e não o realizador contratado de um qualquer Twilight. Estreia em Novembro nos
Estados Unidos, data de estreia com os olhos postos na temporada de prémios.
Esperemos, pelo menos, que seja um filme que gere alguma discussão, pelo tema
controverso que aborda.
Foi a história deste ano no Festival de Sundance,
onde ganhou o prémio principal e o prémio da audiência. É a história verídica
de Oscar Grant, um jovem morto pela polícia na passagem de ano de 2008/09, na
Califórnia. Poderá vir a repetir o sucesso do grande fenómeno que aquele
festival gerou no ano passado, Beasts of
the Southern Wild, e encontrar-se na corrida durante a próxima temporada de
prémios, até porque tem no seu elenco a recém-premiada Octavia Spencer. Estreia
no Verão nos Estados Unidos.
Stoker
Realização: Park Chan-Wook
Com: Nicole
Kidman, Mia Wasikowska, Matthew Goode
Este filme já estreou no Reino Unido e nos Estados
Unidos, mas Portugal ainda está à espera. Stoker
é o primeiro filme em língua inglesa do realizador coreano Park Chan-wook (Oldboy, Lady Vengeance, Sympathy for
Mr. Vengeance). É um thriller psicológico com contornos hitchcockianos,
referindo sobretudo Shadow of a Doubt.
As críticas até agora têm sido mistas (teve boas críticas em Inglaterra, com os
americanos mais divididos em relação ao filme), mas julgo que qualquer cinéfilo
terá no mínimo curiosidade em ver Park Chan-wook fora do seu habitat natural. Já
agora refiro que um dos filmes a estrear em 2013 (e que não está nesta lista) é
um remake em língua inglesa de Oldboy,
realizado por Spike Lee.
Blue Jasmine
Realização: Woody
Allen
Com: Alec
Baldwin, Cate Blanchett, Louis C.K., Sally Hawkins, Peter Sarsgaard, Michael
Stuhlbarg
Woody Allen faz sempre parte da minha lista pessoal
desde há muitos, muitos anos. É raro falhar um dos seus filmes, sejam eles bons
ou nem por isso. Este filme estava já marcado no meu calendário antes de saber
sequer qualquer pormenor sobre ele. Para ser sincera, ainda não sei muito. A
única informação que saiu sobre o tema do filme é a seguinte sinopse: "the
final stages of an acute crisis and a life of a fashionable New York housewife".
Ok. A estreia
está prevista para Julho nos Estados Unidos.
Nymphomaniac
Realização: Lars Von Trier
Com: Charlotte
Gainsbourg, Stellan Skarsgard, Shia LaBeouf, Jamie Bell
Outro daqueles filmes que estão na lista por ser
realizado por quem é, neste caso Lars Von Trier. Está destinado a ser controverso,
como muitos trabalhos do realizador, sobretudo devido à sua temática. Especulava-se
se faria parte de Cannes e se Von Trier já teria sido perdoado pelo Festival,
depois do fiasco de há dois anos. No entanto, as últimas notícias parecem
indicar que não estará presente devido a atrasos do próprio filme.
Nebraska
Realização: Alexander Payne
Com: Bruce Dern, Will Forte
Uma “road trip” com destino ao Nebraska que junta
pai e filho com o propósito de reclamarem um prémio – esta é a história central
do novo filme de Alexander Payne. Devo confessar uma coisa: Payne não é, da
vaga mais recente do cinema independente americano, dos meus favoritos. Gosto
bastante de alguns dos seus filmes, outros deixam-me relativamente indiferente.
Mesmo Payne no seu melhor (Election e
About Schmidt continuam a ser os meus
preferidos) é alguém que eu aprecio mas que não desperta sentimentos intensos.
No entanto, pondo de parte preconceitos pessoais, Alexander Payne é um dos
cineastas americanos mais relevantes dos dias de hoje e este filme é um dos
mais antecipados pelos cinéfilos. Deve estrear para o fim do ano e
provavelmente fará o circuito dos festivais na Europa e América do Norte
(provavelmente Veneza/Telluride/Toronto).
Como acontece com muitos filmes nesta lista, Only God Forgives é considerado graças
ao pedigree das pessoas envolvidas no projecto. Neste caso, espera-se com
expectativa por ser o filme que se segue a Drive
na carreira de Winding Refn. Drive
foi um dos filmes mais discutidos de 2011 e conquistou o prémio de
melhor realizador no Festival de Cannes desse ano (foi subsequentemente
ignorado pela Academia de Hollywood, apesar das suas múltiplas nomeações para
os BAFTA). Refn e Gosling colaboram de novo, agora com a história de um homem que
vive no submundo do crime tailandês e que vai vingar a morte do irmão,
confrontando o polícia responsável por ela. Pela temática e pela violência do
filme, espera-se que tenha um percurso semelhante ao seu antecessor. A estreia
está prevista para Maio.
Inside Llewyn Davis
Realização: Joel e Ethan Coen
Com: Oscar
Isaac, Carey Mulligan, Justin Timberlake
Para ser sincera, pouco sei sobre este filme. No
entanto, qualquer trabalho dos irmãos Coen tem de ser considerado neste tipo de
listas. É a história de um singer-songwriter que navega na cena folk da Nova
Iorque dos anos 60; não é um musical mas centra-se nas interpretações musicais
dos actores. O material de base são as memórias póstumas do músico Dave Van
Ronk, intituladas The Mayor of MacDougal
Street.
Gravity
Realização: Alfonso Cuarón
Com: Sandra Bullock, George Clooney
Filmes com Sandra Bullock normalmente não entram na
minha lista de expectativas do ano. Muito menos quando são filmes de ficção
científica em 3D (devia ter aprendido a lição com Prometheus, o ano passado). E, no entanto, este é um filme que anda
a despertar muita curiosidade nos círculos cinéfilos. Tem um realizador com o
pedigree de Cuarón, naquele que parece ser um projecto muito pessoal. Para além
disso, as primeiras reacções aos “test screenings” têm aparecido online e
parecem ser positivas. Independentemente dos resultados finais, este é um dos
filmes mais antecipados de 2013.
The Counselor
Realização: Ridley
Scott
Com: Michael Fassbender, Brad Pitt, Javier Bardem, Cameron
Diaz, Penélope Cruz
Com estreia prevista nos Estados Unidos para meados
de Novembro, The Counselor é a
história de um advogado que se vê envolvido no mundo do tráfico de droga. Não
parece particularmente interessante até se dizer que o argumento é de Cormac
McCarthy. Só este facto faz com que mereça estar na lista. No entanto, o ser
realizado por Ridley Scott não me enche de confiança. Não me lembro da última
vez em que gostei de um dos seus filmes. Dado que Michael Fassbender foi a
melhor coisa em Prometheus, também
realizado por Scott, pelo menos espera-se uma boa interpretação no centro deste
filme. A data de estreia parece indicar que o estúdio considera The Counselor como potencial presença na
próxima temporada de prémios e um jogador na corrida aos Óscares.
Los Amantes Pasajeros
Realização: Pedro Almodóvar
Com: Javier Cámara, Cecilia Roth, Lola Dueñas
A acção de Los
Amantes Pasajeros passa-se dentro de um avião em perigo. A nova comédia de
Almodóvar aparenta ser, se o trailer é indicação, um regresso ao humor mais
arriscado e provocatório dos seus filmes dos anos 80, sem a carga mais séria do
seu cinema recente. Como fã dos primeiros filmes de Almodóvar, isto
deixa-me entusiasmada. Independentemente dos resultados finais ou da opinião da
crítica, este é um filme que não me passará ao lado. Estreia ainda este mês.
Depois da desilusão que foram os Óscares deste ano
(não o são quase sempre?), olhemos para a nova temporada. Começo aqui um
apanhado de alguns dos mais antecipados filmes de 2013. Originalmente, o
objectivo era falar sobre 50 filmes, mas achei melhor ir elaborando a lista aos
poucos e depois logo se vê qual será o número total. Consequentemente, este
tema vai ocupar uns quantos posts. Os filmes em si não estão organizados em
nenhuma ordem particular, é aleatório. Muitos ficam de fora, como é óbvio, mas
posso mencionar que os fãs de blockbusters vão ter muito com que se entreter,
com a estreia de Man of Steel, Iron Man 3, Thor: The Dark World, Star
Trek: Into Darkness, Wolverine ou
o segundo filme da série Hunger Games.
Este será também um ano rico em biopics, de Mandela a Grace Kelly, passando
pela princesa Diana, alguns dos quais se encontrarão nesta lista. Deixei
espaço, também, para os meus preconceitos – Serena
não vai estar nesta lista porque ainda não recuperei totalmente da desilusão
que foi Melhor Actriz nos Óscares. Como seria de esperar, há uma mistura de géneros, do
grande filme de prestígio de Hollywood, com os olhos postos nos Óscares, ao
pequeno filme independente ou ao “genre film”. Alguns ficaram de fora porque
tinha dúvidas em relação à data de estreia, pois tanto podem estrear este ano
como só em 2014 (é o caso de The Grand
Budapest Hotel, de Wes Anderson).
August: Osage
County
Realização: John
Wells
Com: Meryl
Streep, Julia Roberts, Ewan McGregor, Benedict Cumberbatch, Juliette Lewis,
Chris Cooper, Margo Martindale
Adaptação da premiada peça de Tracy Letts, que
ganhou o Pulitzer e vários Tony (incluindo melhor peça teatral) e que não será
certamente desconhecida daqueles que seguem as cenas teatrais do West End ou da
Broadway. Este filme reúne um elenco de luxo, encabeçado por Meryl Streep, num
papel que parece ser feito à medida para mais uma nomeação da Academia. A
incógnita aqui é John Wells e se ele terá a capacidade de aproveitar ao máximo
este elenco, já que o seu CV enquanto realizador é limitado e pouco
impressionante. Claro que os ajuntamentos de “estrelas” também por vezes não
resultam, podendo até ser uma distracção para o espectador. Ou seja, o material
de base é excelente, a adaptação poderá ou não resultar. Promete, contudo, boas interpretações que poderão fazer parte da próxima temporada de prémios. Um caso a ver.
Twelve Years a
Slave
Realização: Steve
McQueen
Com: Chiwetel
Ejiofor, Michael Fassbender, Benedict Cumberbatch, Brad Pitt, Paul Dano, Paul
Giamatti, Quvenzhané Wallis
Baseado nas memórias de Solomon Northup, publicadas
em 1853 com o mesmo título, Twelve Years
a Slave é a história de um homem que nasceu livre mas que foi raptado e
feito escravo por doze anos, até conseguir a sua libertação. Este best-seller
do século XIX é agora adaptado ao ecrã pelo britânico Steve McQueen, com o
também britânico Chiwetel Ejiofor no centro de um elenco de peso. McQueen ainda
não falhou enquanto realizador, com os excelentes Hunger e Shame, razão
pela qual este é um filme muito antecipado. Este papel poderá ser a grande
oportunidade de Ejiofor, um excelente actor que ainda não teve a projecção que
merecia (como sabe quem viu o seu Othello no West End). É, também, a terceira
colaboração entre McQueen e Fassbender, que desta vez é o “vilão” da história. Com
estreia prevista para Dezembro nos Estados Unidos, este é um dos filmes que
espero com maior ansiedade este ano.
Trance
Realização: Danny
Boyle
Com: James McAvoy, Vincent Cassel, Rosario Dawson
Trance
parece ser um regresso de Danny Boyle aos seus inícios como realizador, se a
temática for indicação. A história de um roubo que corre mal, de amnésia e
hipnotismo, num “genre film” como Boyle não fazia há muito. No entanto, o filme
já estreou no Reino Unido e a recepção não foi entusiástica. Para além disso,
quanto mais sei do enredo, menos interesse vou tendo, parecendo estar muito
longe daquilo que o trailer nos promete. Contudo – e isto é uma nota pessoal –
é um dos 4 filmes que o estranhamente subvalorizado James McAvoy tem para
estrear este ano. McAvoy é uma das razões, com Boyle e Cassel que me irão levar
a ver este filme, apesar de tudo o resto.
Outra nota pessoal: o papel de Vincent Cassel era,
originalmente, de Michael Fassbender, que teve de sair do projecto por
incompatibilidade de calendário. Quem viu o último X-Men perceberá porque isto me deixou, como a muitos, algo
desiludida, independentemente de apreciar muito Cassel. McAvoy e Fassbender têm
uma das mais extraordinárias químicas que tenho visto nos últimos tempos no
grande ecrã. Devia haver um filme por ano com estes dois.
Wolf of Wall
Street
Realização: Martin
Scorsese
Com: Leonardo
DiCaprio, Jean Dujardin, Joanna Lumley, Jonah Hill, Rob Reiner, Matthew McConaughey
Corrupção em Wall Street. Este é o tema do novo
filme de Martin Scorsese, com argumento de Terence Winter e baseado numa
história verídica (as memórias de Jordan Belfort com o mesmo título). Esta nova
colaboração entre o realizador e DiCaprio está na lista pelas razões mais
óbvias: um filme de Scorsese é sempre dos mais esperados do ano. Tem hipóteses
de vir a ser uma das presenças na próxima temporada de prémios.
Esta adaptação da obra-prima de Fitzgerald tinha
estreia prevista para o Natal de 2012, tendo sido adiada para a
Primavera deste ano. Claro que isso provocou especulações, dado que adiamentos
deste género raramente anunciam algo de bom. No entanto, se os trailers são
indicação, este será uma festa visual ao estilo de Luhrmann, realizador de Moulin Rouge e de Romeu + Julieta. Infelizmente será, também, em 3D. Suponho que este
será daqueles filmes que irá dividir opiniões, tal como Moulin Rouge há uma década. The
Great Gatsby já foi anunciado como o filme de abertura do Festival de
Cannes e estreará nos cinemas em Maio.