quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A Febre das Listas contra-ataca...

Camaradas blogueiros,

Contra o marasmo em que o nosso blogue caiu, contra a preguiça típica da época, contra o enfardar bolo-rei como se não houvesse amanhã, deixo aqui uma proposta. Estamos nos últimos dias de 2010 e é altura de balanços, listas, melhores e piores do ano. Deixemo-nos contaminar por esta febre.
Proponho uma lista dos 5 filmes do ano.
Eis as minhas escolhas:
  1. O Laço Branco, de Michael Haneke
  2. Líbano, de Samuel Maoz
  3. Um Homem Singular, de Tom Ford
  4. Lola, de Brillante Mendoza
  5. O Escritor Fantasma, de Roman Polanski

O mundo espera pelas vossas listas

Sally Bowles

sábado, 25 de dezembro de 2010

Winter Wonderland 2010

Feliz Natal! Já que todos os anos chamo Winter Wonderland ao post de Natal, porque não colocar, desta vez, essa mesma canção?


Bing Crosby, Winter Wonderland


Maria Braun

sábado, 18 de dezembro de 2010

Nem carne, nem peixe

É conhecida a aptidão dos escritores portugueses para o sexo foleiro. Digo-o literariamente (não literalmente, atenção!). Penso não ser um caso identitário, ao contrário da mini (e não vou voltar a falar dela, juro). Afinal, até nem é em Portugal que são atribuídos os Bad Sex Awards. Mas há algo que é muito nosso. Falo das já correntes analogias entre dois conceitos cuja relação não é evidente à primeira vista: sexo e peixe. Faço agora uma pequena pausa para pensarmos sobre o assunto. Cá vai parágrafo.
Ora bem, todos conhecemos exemplos, não é verdade? Lembro-me de, há já algum tempo, neste preciso local, ter citado um. Não vou continuar a bater no ceguinho. Procurem, se quiserem.
Não sei se será da nossa tradição pesqueira, ou por Portugal ser o tal "jardim à beira-mar plantado", ou por outros clichés do género. Em minha opinião, não é a melhor das metáforas. Não consigo descortinar a dimensão sensual do peixe. Pensando bem, a carne, essa sim, tem um je ne sais quoi. É bíblico, meus amigos! Fala-se dos prazeres da carne, não dos prazeres do peixe (salvo, se nos estivermos a referir a uma caldeirada bem apurada).
E o meu homem do talho bem o sabe. Ele que, por detrás de um suculento lombo e com um sorriso cheio de segundas, terceiras, quartas intenções, ou se calhar até mais, lança maliciosamente o seu melhor slogan: "Oh freguesa, olhe que a minha carninha é que é boa!". Extraordinária a quantidade e originalidade de novos significados que ele consegue atribuir a substantivos tão simples quanto "perú" ou "bife". "Olhe, podia dar-me um quilo de febras?". Resposta: "Com que então, umas febrinhas?!". Não será preciso dizer que nunca ousei comprar-lhe salsichas.
Quem faz analogias sexuais com peixe definitivamente não conhece o meu homem do talho. E é uma pena!
Sally Bowles

domingo, 5 de dezembro de 2010

"Oh, Maria! See only me!"

Eu tinha uma certa ideia de que não gostavas do filme, Maria. Não me parecia ser o teu cup of tea. Ainda assim pergunto: é um mau Cukor? 1964 é o ano do Strangelove? Acho que nunca vi o The Sound of Music. Tenho uma ideia de uma canção ou outra, mas não me lembro de nada. Sim, lembro-me da Julie Andrews pelos campos, mas pouco mais. Quanto ao pequeno excerto do Cukor de 1954, devo dizer que gostei muito. Achei mesmo muito bom. Ah, claro que sigo as tuas recomendações.

K. Douglas

sábado, 4 de dezembro de 2010

Para o K

A Star is Born porque vale a pena. Embora a minha opinião seja suspeita porque, enfim, James Mason é sempre James Mason. Já agora, se és fã de Astaire, não podes deixar de ver The Band Wagon. Claro que podes ignorar todas as minhas sugestões porque temos opiniões bem diferentes acerca de My Fair Lady. Detesto esse filme - quase tanto quanto detesto The Sound of Music.
Fica com um bocadinho de Judy em A Star is Born.








Maria Braun

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Ninguém é perfeito


Jack Lemmon, Shirley MacLaine, Fred MacMurray - The Apartment, Billy Wilder, 1960

.
Bem, fizemos três anos. Ainda cá estamos no fim do Verão. Parabéns! Sim, Singin' in the Rain é um filme extraordinário. Não, penso que não será Gene Kelly. É despropositado, mas i'm a Fred Astaire guy. O que me passa pela cabeça é que Singin' in the Rain é um filme perfeito como Casablanca é um filme perfeito. Não tenho nada contra musicais; gostei dos poucos que vi. Não sou, de longe, um Judy Garland expert, ainda que tenha curiosidade em ver o A Star is Born. Como se sabe, gosto do My Fair Lady.

Os meus filmes terapêuticos são os de Billy Wilder, especialmente o Apartamento. Pode parecer estranho - o final do filme são dois desempregados a jogar às cartas na noite de ano novo -, mas é precisamente este travo romântico-amargo-cínico que me agrada muito. Se me derem um filme de Billy Wilder, eu sou um tipo contente. O último que vi foi A Foreign Affair e gostei muito. Canalhas, pessoas que se vendem, mentirosos, trocas de identidade, malícia, um humor único... enfim, i'm a Wilder guy.

K. Douglas

domingo, 28 de novembro de 2010

Nesta data querida...



São atrasados, são muito atrasados mas aqui vai - Parabéns!

Mais um ano a confundir gatos e outros animais.

Sally Bowles

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Anti-depressivos

Ok, eu aceito o desafio de Fraulein Braun. Ao contrário da camarada blogueira, os musicais não exercem esse efeito em mim. Muito menos Gene Kelly. Eu diria mesmo que o efeito é inverso - suores frios, tremores, um ímpeto incontrolável de partir aqueles maravilhosos e branquíssimos dentes.
O meu anti-depressivo cinematográfico é outro. Allen, em geral, resulta. Annie Hall é infalível. Talvez porque também não queira fazer parte de um clube que me aceite como membro.
Sally Bowles

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Feelin' Good



Continuando a breve tradição dos nossos desafios, resolvi lançar mais um. Pode ser que o K goste mais deste. Caros amigos, têm algum filme que considerem “terapêutico”? Quero dizer, algum filme que vos ajude, que combata e vença qualquer estado de depressão, que vos rejuvenesça? Eu abro o debate dizendo algo que vocês já sabem: o meu filme é Singin’ in the Rain. Não sei quantas vezes já o vi e resulta sempre.
O mais estranho é que, com algumas excepções, nem sequer gosto de musicais, muito menos de musicais de Hollywood. Fico algo confusa quando vejo personagens que desatam a cantar e a dançar coreografias complexas a meio de uma conversa – e que depois retomam a dita conversa como se nada tivesse acontecido. Mas há algo neste filme em particular que o torna diferente. Será Gene Kelly? O facto de ter uma história interessante baseada nas experiências reais de Hollywood (a dificuldade de algumas “estrelas” do mudo em transitar para o cinema sonoro)? Será pelas canções? Ou porque o momento que dá o título a este filme é um dos mais perfeitos da história do cinema? Ou talvez porque Singin' in the Rain é para amantes do cinema, pois fala do processo de criação e da história deste meio (e recria canções de antigos musicais dos anos 20 e 30).
Não há uma resposta definida. Resulta, ponto final. É como se por algum milagre tudo se tivesse conjugado de forma certa, todos os ingredientes se tivessem misturado na dose perfeita – uma combinação exacta, pura e simplesmente. Depois de se ver este filme, não há a mais remota possibilidade, ainda que por meros momentos, de se acreditar em finais infelizes.
Maria Braun

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Opiniões de quem não percebe nada do assunto

Não me pronunciei até agora no fascinante debate sobre minis porque, para ser sincera, detesto cerveja. Detesto o cheiro, o sabor, a cultura que rodeia a cerveja. Nem uns tempinhos em Munique me fizeram mudar de ideias. No entanto, acho interessante que esta seja, aparentemente, uma peculiaridade portuguesa, enquanto na Alemanha, por exemplo, se bebe cerveja ao meio-litro. Ego nacional e tal. Medido pelo tamanho da garrafa de cerveja. E porque não? Como dizia um senhor que todos nós conhecemos (e dificilmente esqueceremos) somos um povo simbolizado por um duplo diminutivo. Por cá é tudo pequenino. Por isso sim, Sally, a mini pode ser um símbolo da nossa identidade nacional.
Ao contrário do caro K, percebo tanto de “bola” como de física quântica e, por isso, nem tal coisa me serve de incentivo. Para além do mais, tenho já demasiados vícios, com a quantidade irresponsável de teína e cafeína que ingiro por dia, para além da pouco saudável predilecção por bebidas doces. E, se o K se quiser encontrar comigo ao fim do dia para um aperitivo, podemos tomar um gin tónico ou um martini. Aí sim, poderemos discutir o programa de Passos Coelho e o futuro sombrio do nosso país, ameaçado por uma cópia barata do horrível David Cameron, que não consegue abrir a boca sem dar tiros nos pés. Qualquer dia o PSD tem de o amordaçar a bem da sanidade colectiva. Finalmente, por falar em discursos desconfortáveis, confesso que a tua expressão “homem-homem”, cara Sally, me perturba um bocadinho, por aquilo que implica. Não leves a mal, OK, não sei se estou a ser demasiado politicamente correcta e humourless (porque sei que é suposto ser uma piada) ou se me surpreende tal expressão vinda da mais famosa criação de Isherwood.
Maria Braun

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Jeitosas & Catitas

Sally, o teu talento é de litrona. Não percebo porque é que este blog não sai da cepa torta. Eu sou um apreciador de minis. É jeitoso. Sais do trabalho, sentas-te numa esplanada e bebes umas minis. Assim, e para responder à tua pergunta, lanço este bitaite para o ar (bitaites vão muito à bola com minis, embora eu esteja, neste momento, a beber uma média): as minis são perfeitas para uma conversa - o pessoal fala sobre a bola ou outra coisa qualquer. Podes beber umas quantas e vais bem para casa. Acompanham na perfeição um petisco ou um aperitivo (não vá alguém achar petisco um bocado vulgar). Quem quiser apanhar uma bebedeira não bebe uma mini. Pedir uma mini quando se sai à noite soa estranho. Pede-se uma imperial, uma média ou outra coisa qualquer. Numa palavra: a mini é catita. Deixa-te bem e podes conduzir sem problemas. É um gostinho. E se a mini faz parte da nossa idiossincrasia nacional, o que temos a fazer é lembrar as palavras de Braudel sobre o significado de ser patriota: amar a nossa terra pelo que ela tem de melhor e ser implacável com o que ela tem de mau. E neste último caso... posso apontar o ordinário programa neoliberal de Pedro Passos Coelho?

K. Douglas

Portugal das Pequeninas

Há um símbolo nacional subvalorizado. E não, este post não tem nada a ver com a República, senhora possante e arejada. Não falo do hino, nem do Zé, nem da unhaca... Falo de um símbolo que, apesar de muito jovem, já se tornou numa instituição, abarcando os quatro cantos de Portugal e todos os escalões do IRS – a mini, ou melhor, a Mini, com maiúscula.
A Mini só poderia surgir em Portugal. Se a Mini surgisse na Noruega teria um público-alvo definido: as senhoras, zelosas da linha e pouco apreciadoras do néctar de cevada, mas que acham que uma garrafa a espumar na mão propicia um ar descontraído, cool.
Mas não, a nossa Mini, a Mini portuguesa é a menina dos olhos de um outro sector de consumidores, o homem, mais do que isso, o homem-homem, não o homem-quesapatosfabulooooosos. E a sintaxe ajuda. “Quero uma Mini preta?” é uma frase problemática em lábios femininos.
O objectivo do homem-homem quando bebe cerveja é, essencialmente, a embriaguez. Porquê, então, optar por um formato tão pequeno, por uma quantidade tão ínfima de álcool diluído? Em última instância, nem é algo muito másculo.
Mas, enfim, já que tocámos neste ponto, ponderemos sobre a relação trolha-Mini (não confundir com mini-trolha). O trabalho braçal provoca uma constante perda de líquidos, certo? A hidratação é vital. Beber água é para meninos. Solução – cerveja. Uma escolha incoerente – Mini (ainda há garrafas de litro de Sagres? Seria mais lógico...). Ali, na pausa do almoço, com a sandes de ovo numa mão e a Mini na outra, o trolha mira o movimento na rua, vê uma rapariga, lança o piropo e beberica a sua cervejinha. Arroto. Duvido do elã viril desta imagem.
A Mini também não se revela saudável para a economia portuguesa. E nem o OE pondera este ponto. Num momento em que o consumo interno se retrai à mesma velocidade com que o Usain Bolt chega à meta e é necessário apostar no aumento das exportações, o que fazer com a Mini? A Mini não é passível de exportação. Imaginem: a Mini na Alemanha, a Mini na Irlanda, a Mini na Inglaterra... Seríamos gozados até à exaustão. A expressão “a minha é maior do que a tua” faria todo o sentido! Podíamos responder a isso com o défice mas, mesmo assim, a Irlanda ainda levava a melhor.
A Mini é tão nossa quanto o Cozido. É quase uma private-joke... que eu ainda não percebi.
Oh K., tu, elemento masculino do Confuse, poderás esclarecer-nos, não?
Sally Bowles

sábado, 9 de outubro de 2010

Happy Birthday!



Junto-me às celebrações do aniversário de John Lennon. 70 anos.
Parabéns!
















Maria Braun

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Heroes and villains? No... so sorry

Desculpem não ter respondido ao desafio. É difícil e eu não gostei da minha lista final. No entanto, acho que o gato de Margarida e o Mestre pode merecer um lugar nestas listas. O bicho tem piada. Quanto à Milady - sim, ela era mesmo ruim. Ela - SPOILER - mata a Constance no romance.

K. Douglas

Vilões

O desafio que lancei a K e Sally não é dos mais simples, tenho de confessar. Quando se sai do domínio da literatura infantil ou de certa literatura de aventuras é mais difícil definir o que é um vilão. As personagens tendem a ser mais complexas – “shades of grey” e não a preto e branco. Entre as personagens que escolhi no meu post anterior, há várias que poderiam ser colocadas numa lista de vilões literários. Já o fizeram com Heathcliff e até mesmo com Becky Sharp. Pessoalmente não colocaria nem um nem outro nesta lista. Heathcliff é movido pelo desejo de vingança, é cruel, obcecado, desprovido de empatia. Mas não será um pouco simplista considerá-lo um vilão? O mesmo se pode dizer de Becky Sharp – ela é amoral, ambiciosa, manipuladora; mas vilã? Sinto-me mais confortável com o rótulo de “anti-herói” em ambos os casos.
Os vilões da minha lista vêm em diversas formas, podem ser abstractos, sobrenaturais ou seres humanos como qualquer um de nós. Alguns são vilões no seu extremo, na medida em que o mal que infligem é brutal e sem remorsos; outros são mais ambíguos. No entanto, tudo isto é uma questão de percepção. Poderia citar (mas não o farei) os múltiplos debates académicos sobre uma das minhas escolhas, Satã de Paraíso Perdido, e a forma como o leitor, sobretudo um leitor do século XXI pode ler a personagem e o seu papel de antagonista (e como pode haver uma dissociação entre a intenção do autor e a recepção). É toda a ambiguidade que torna esta escolha num exercício interessante.
Sem mais demoras, os meus vilões:

1. Big Brother (George Orwell, 1984)
2. Conde Drácula (Bram Stoker, Dracula)
3. Satã (John Milton, Paradise Lost)
4. Iago (William Shakespeare, Othello)
5. Long John Silver (Robert Louis Stevenson, Treasure Island)

Menções para o Juiz Holden de Blood Meridian, para Mrs Danvers de Rebecca e para o Professor Moriarty, arqui-inimigo de Sherlock Holmes em The Final Problem.
Maria Braun

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ups!

Mas olha que a Milady também era tramada!
Sally

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Pet confusion

Sally, estás enganada. O Richelieu no Dartacão não é um gato. A Milady, essa sim, é uma gata.

K.Douglas

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Cinco vilões para mim, cinco vilões para ti

Aceitei o desafio da camarada Maria.
Querem vilões? Então aqui vão cinco... (a ordem é um pouco arbitrária, confesso.)
  1. Mefistófeles (Goethe, Fausto)
  2. Medeia (Eurípedes, Medeia)
  3. Cardeal Richelieu (Alexandre Dumas, Os Três Mosqueteiros)
  4. Rainha de Copas (Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas)
  5. Shylock (William Shakespeare, O Mercador de Veneza)

Confesso que fiz batota no número 3 - o Cardeal Richelieu que é mesmo, mesmo ruim é o do Dartacão. E é um gato!

Sally Bowles

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Haynes na Televisão

Acaba de sair o primeiro trailer da nova versão de Mildred Pierce, realizada por Todd Haynes e com Kate Winslet no papel principal. Mas, meu caro Todd, porquê uma minisérie? Eu sei que é a HBO, mas televisão? Porque não um filme? Um filme no cinema... Seja como for mal posso esperar. O trailer é fantástico.




Maria Braun

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

As minhas listas

Ok, amigos, vou responder aos vossos desafios. É um pouco frustrante porque as minhas primeiras escolhas, quer numa lista, quer noutra, são exactamente as mesmas que as vossas. Nada de original, portanto. Escolher as minhas cinco personagens preferidas também é quase impossível. São tantas as que deixo de fora. Onde é que cabem Sherlock Holmes, Emma Woodhouse, Lily Bart ou Tom Ripley?



O meu top 5 de Billy Wilder

1- Sunset Boulevard
2- Some Like It Hot
3- Double Indemnity
4- The Apartment
5- The Seven Year Itch


As minhas 5 personagens

1- Julien Sorel (Stendhal, O Vermelho e o Negro)
2- Heathcliff (Emily Brontë, Wuthering Heights)
3- Sebastian Flyte (Evelyn Waugh, Brideshead Revisited)
4- Lord Henry Wotton (Oscar Wilde, The Picture of Dorian Gray)
5- Becky Sharp (William Thackeray, Vanity Fair)


Agora é a minha vez de lançar um desafio. Escolham os vossos cinco vilões preferidos da literatura.


Maria Braun

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

"Right over the garage"



Bem, não resisto ao repto. Mas vou aldrabar um bocadinho e deixo as personagens literárias para depois. Tenho que pensar. Fica aqui o meu top 5 dos meus filmes preferidos de Billy Wilder. É certo que não vi todos e tenho algumas falhas grandes, enormes. Ainda assim:

5 -The Lost Weekend
4 -The Major and the Minor
3 - Sabrina
2 - O Apartamento
1- Sunset Boulevard


*

O.k, são estas quatro (eu depois acrescento a quinta):

A Lia do Pêndulo de Foucault de Umberto Eco.

O Ricardo Reis do romance de José Saramago.

O repórter alemão de um conto de Douglas Coupland.

Mrs. Ramsay de Rumo ao Farol de Virginia Woolf




K. Douglas


Personagens

O último post do K. despertou em mim uma febre de listas.
Então, aqui vai uma - um top 5 das minhas personagens literárias de eleição (exceptuando moi, como é claro!).
Pura e simplesmente, sem demais explicações:
  1. Julien Sorel (Stendhal, O Vermelho e o Negro)
  2. Lena (William Faulkner, Luz em Agosto)
  3. Mrs. Dalloway (Virginia Wolf, Mrs. Dalloway)
  4. Raskolnikov (Fiódor Dostoievsky, Crime e Castigo)
  5. Ellen (John dos Passos, Manhattan Transfer)
Obviamente, espero o repto dos meus camaradas blogueiros. K., Maria, quais as personagens dos vossos corações?
Sally Bowles

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

I want to be alone


Apenas uma referência a The Major and the minor de Billy Wilder. No comboio, Ginger Rogers tenta enganar os revisores quanto à sua idade e explica-lhes que é descendente de suecos. Pouco convencidos, eles pedem-lhe para dizer qualquer coisa em sueco. Ginger encolhe-se e diz: "I want to be alone." É uma referência brilhante e com muita, muita, piada. Todo o filme é brilhante e o meu top 5 de Billy Wilder começa a ficar muito apertado. E eu não quero largar nenhum.

K. Douglas

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

IV

As mulheres gostam de sapatos,
As mulheres gostam de gatos,
Sapatos e gatos,
Gatos em sapatos,
E tantos soutiens queimados...
B. Parker

sábado, 7 de agosto de 2010

Goethe



A fazer fé à representação, Goethe teria sido um homem desproporcionado... mas com alguma graça.

K. Douglas

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O sério problema da música que não nos sai da cabeça ou quando não há nada a dizer e há mais de um mês que não escrevo nada...

Hoje acordei com os Velvet Underground na cabeça. Mais exactamente, Venus in Furs. Porquê? Não faço a mais pequena ideia.

Toda a minha rotina matinal foi acompanhada pela voz nasalada de Lou Reed. A cada gole de café, a cada mecha de cabelo escovada, ouvia os acordes da guitarra. Desci as escadas a assobiar (shiny, shiny, shiny boots of leather) e encontrei o rapaz do primeiro andar que me lançou um olhar de estranheza. "Bom-dia", "Bom dia".

Não corri para o metro. Se corresse, teria conseguido apanhá-lo e chegaria dez minutos mais cedo. Para quê?! Mantive o passo e a posse com as portas a fecharem-se à minha frente (Ermine furs adorn the imperious Severin).

Fiz todo o caminho hipnotizada pelo gancho dourado da senhora que estava diante de mim mas, mesmo assim, fui capaz de sair na estação correcta (A thousand dreams that would awake me).

Cheguei mecanicamente ao trabalho, sem consciência do percurso feito. Cumprimentei quem vi demasiado lânguida, demasiado afectada (kiss the boot of shiny, shiny leather).

Mais tarde, almocei sem apetite. No fim, um café. O homem do balcão deu-me o troco com o mesmo mau-humor de sempre. Mas hoje, eu gostei (Taste the wip, now plead for me).

Entre o portátil e eu, o resto da tarde foi um diálogo de suspiros, com os dedos cada vez mais pesados e um desconforto nas costas. Não há posição possível quando está sol lá fora e há a certeza que o nosso lugar não é ali (I am tired, I am weared, I could sleep for a thousand years).

Cheguei a casa frustrada e com pouca coisa escrita. Como diria Cesário, com "um desejo absurdo de sofrer". Nem as uvas cardinal, comidas na varanda, destruiram a soturnidade. (Strike, dear mistress, and cure his heart).

Sally Bowles

P.S.: Não sabia que era possível inserir tantos caracteres na caixa do título.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

She’s alone in the new pollution

Há uns meses atrás a Sally tentou iniciar uma discussão sobre a música dos nossos anos de escola. Como na altura não participei, resolvi agora (será tarde demais?) juntar-me ao debate. Tal como a Sally, não tenho memórias negativas desses anos, muito pelo contrário. Tenho a noção de ter tido sorte por ter estudado, da primária ao fim do secundário, numa escola relativamente pequena, onde praticamente todos se conheciam e onde tínhamos os mesmos professores ano após ano e as turmas se mantinham inalteradas, numa continuidade maioritariamente positiva. Claro que havia as missas de Natal e de Páscoa na capela da escola, mas cedo percebi que podia facilmente escapar a esse tédio. Para ser sincera, sinto alguma nostalgia.
A música era algo essencial nessa altura, uma obsessão quase tão intensa quanto a literatura e o cinema. Lembro-me das idas à Bertrand para comprar revistas de música britânicas, algumas das quais ainda estão lá por casa. Um dos momentos mais relevantes foi para aí aos 12, a primeira vez que ouvi Parklife. Ou quando vi Beck pela primeira vez no Coliseu, lá para os idos de 98. Se olhar para os meus CDs e cassettes (sim, eu disse cassettes) da altura, encontro, para além dos já mencionados Blur e Beck, gente como Pulp, Pavement, Super Furry Animals, Suede, Nick Cave, Belle and Sebastian, Radiohead, Divine Comedy, Manics, Jeff Buckley, Mercury Rev e tantos mais. A britpop era uma paixão, desde os melhores até aos mais trashy – e acho que sabia diferenciá-los –, de Bluetones, passando por Supergrass até aos Sleeper (e ainda alguém se lembra dos terríveis Menswear?). Há canções que me transportam automaticamente para essa altura, como Girl From Mars dos Ash ou Connection dos Elastica.
Ainda há dias tive um momento nostálgico quando passaram na rádio uma canção que não ouvia há anos, Lump dos Presidents of the USA, porque há canções que são hoje e sempre parte de um momento no tempo, mesmo que, como nesse caso e noutros, sejam apenas canções que ouvíamos na rádio e que nunca chegámos a adquirir.
Aqui ficam cinco exemplos (mais ou menos aleatórios) da música dos 90s que fazem parte da minha banda sonora do liceu. Excluo os Blur e os Pulp porque já coloquei vários vídeos deles aqui no blog.

Bluetones, Slight Return


Ash, Girl From Mars


Supergrass, Alright


Beck, The New Pollution


Manic Street Preachers, A Design for Life




Maria Braun

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Blog vs.Quotidiano

Depois de uma longa ausência – vida real e tal – quis associar o meu regresso ao de Mad Men. Para além das múltiplas nomeações para os Emmy, anunciadas no início de Julho, este mês traz-nos a muito esperada quarta temporada (e as Barbies). Enquanto contamos os dias que faltam para a estreia (para quem segue a série em ritmo americano, claro), aqui fica um dos vídeos promocionais da nova série. Próximo Domingo!





Maria Braun

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Arri-ba-ba??

Frankly, my dear, I don't give a damn. Respondo assim à Sally. A bola é uma das coisas que menos me preocupa neste mundo. Já foi diferente: no mundial dos Estados Unidos, há 16 anos (!!) atrás, ficava acordado para ver os jogos. Vibrava com a Bulgária (não sei porque carga de água... mentira, naquele altura o Sporting tinha uns jogadores búlgaros decentes e havia um jogador, cujo nome já não me lembro, que marcava livres com um eficácia fulminante) e a minha memória guarda aquele jogo incrível entre a Roménia e a Argentina, se não estou enganado em tudo isto. Quando uma pessoa tem que esperar até ao dia 14 de Maio de 2000 para ver o seu clube para ser campeão - sem saber quando esse dia chegaria, alguma coisa se perde. A verdade é que não quero saber. Apesar disso tudo, o princípio do Verão de 2004 foi qualquer coisa de espantoso. As pessoas estavam doidas. Lisboa estava cheia de gente. O grande cartaz nas Amoreiras mudava jogo após jogo, vitória após vitória de Portugal. Admita-se, apesar da minha natural indiferença, Scolari mexia comigo...

K. Douglas.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Allez!! Allez!!

Estamos em Junho de 2010 e o Campeonato Mundial de Futebol é um elefante amarelo às bolinhas no meio da sala. É impossível não falar nisso! Além do mais, trata-se de um momento único (pelo menos de 4 em 4 anos é único!) - a união frente a ecrãs gigantes com acessórios ridículos na tola, o hino cantado com a mini na mão, o reacender de rivalidades criadas em campeonatos anteriores (e leia-se: França, Coreia do Sul, Grécia, Alemanha, etc...), a possibilidade de podermos dizer frases como "ganhámos à Inglaterra" ou "levámos dois do Gana" sem parecer que sofremos de algum distúrbio de personalidade. E, depois, é das poucas alturas em que toda a gente odeia a Itália. Sim, porque a Itália será sempre a grande vilã dos campeonatos mundiais de futebol.
Sei que muitos não partilham do meu entusiasmo. Sei também que há quem não seja sensível ao chamado desporto-rei e considere tudo isto uma perda de tempo e uma chaga na produtividade nacional.
Porém, para todos os que trocem o nariz a 22 matulões atrás de uma bola e um a soprar no apito deixo aqui 5 razões para acompanhar o Mundial:

1. Os hinos
Não é todos os dias que ouvimos o hino das Honduras. Ponto final. Mas acrescentemos outros atractivos. Vejam os norte-coreanos comovidos até às lágrimas - assustador! Reparem bem como metade da selecção portuguesa corrompe a letra (igrégios?! herégios?? hereges?! mas que o que é são mesmo os nossos avós?!). O Brasil dá-nos sempre um grande momento - cantam mal, é verdade, mas todos cantam, pá!

2. As claques
Esqueçam as vuvuzelas! As claques são sempre o sal de qualquer competição e as africanas e sul-americanas primam pela originalidade e pela alegria. No caso das europeias, o álcool ajuda. Atentem bem nos acessórios e no extenso vocabulário ultrajante. Com alguma atenção, podemos aprender a injuriar um árbitro em mais de dez línguas. Ainda dizem que futebol não é cultura!

3. Os festejos do golo
Há alguns passos básicos: o beijinho, o berço, o coração, as palmadinhas. Depois, tudo fica ao critério da originalidade do jogador. Um arrisca uma acrobacia, outro um passinho de dança. É bonito, sim senhor! E há sempre um valente que arranca a camisola provocando a falta de sensibilidade estética do código de arbitragem.

4. Os casos
Nós portugueses costumávamos ser bons nisso - desde o campeonato do México até ao Mundial da Coreia. Entre a violência e os escândalos sexuais, Portugal primava pela abundância de casos polémicos que serviam de desculpa para os resultados menos entusiasmantes. E olhem que, depois do jogo contra a Costa do Marfim, eu vi ali um raiar de qualquer coisa... qualquer coisa que esfriou com o massacre coreano. É melhor dar-mos a mão à palmatória - como num livro do Astérix, nós fomos vencidos pelos gauleses! Não sei é qual foi a poção mágica.

5. A moda capilar
Um nome se levanta mais alto do que todos os nomes - Valderrama. Nostalgia! O que é feito do senhor da abundante cabeleira? Esta é outra categoria na qual Portugal também leva a melhor. Recordemo-nos de Fernando Couto ou, mais exótico, de Abel Xavier. Portugal dita mesmo a moda. Já repararam como a pasta de cabelo de Cristiano Ronaldo, a que alguns chamam penteado, está a ser prodigamente imitada? Até o Torres, do qual recordo as belas mechas ruivas, aderiu à tendência. Será que iremos exportar outras modas? Será que nos próximos tempos veremos mais jogadores com nuances "a la Coentrão"?

São apenas 5 razões mas muitas mais haverá. Acredito mesmo que os meus colegas blogueiros também terão uma palavra a dar.
Um link para quem quiser acompanhar o calendário dos jogos: http://www.marca.com/deporte/futbol/mundial/sudafrica-2010/calendario.html
Sally Bowles

sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Saramago 1922-2010

«A península parou. Os viajantes descansarão aqui este dia, a noite e a manhã seguinte. Chove quando vão partir. Chamaram o cão, que durante todas estas horas não se afastou da cova, mas ele não foi, É o costume, disse José Anaiço, os cães resistem a separar-se do dono, às vezes deixam-se morrer. Enganava-se. O cão Ardent olhou José Anaiço, depois afastou-se lentamente, de cabeça baixa. Não o tornaram a ver. A viagem continua. Roque Lozano ficará em Zufre, irá bater à porta de sua casa, Voltei, é a sua história, alguém há-de querer contá-la um dia. Os homens e as mulheres, estes, seguirão o seu caminho, que futuro, que tempo, que destino. A vara de negrilho está verde, talvez floresça no ano que vem.»

José Saramago, A Jangada de Pedra, 1986.


K. Douglas

segunda-feira, 7 de junho de 2010

The best tv?

A Entertainment Weekly lançou recentemente uma lista com as 100 personagens do mundo da televisão e do cinema que marcaram a cultura pop nos últimos 20 anos. O terceiro lugar coube a Buffy (o que me deixou contente), o segundo a Harry Potter (perceber até percebo) e o primeiro a Homer Simpson (que surpresa!) . Tony Soprano ficou em quarto lugar (crazy, crazy people). A lista deixa muito a desejar e há certos nomes que não consigo compreender. Há outros cuja classificação é injusta e ainda outros cuja ausência é para mim inexplicável. Alguém da família Fisher? Não? Laura Palmer?Também não?

Aqui fica a ligação para a lista:


K.Douglas

terça-feira, 1 de junho de 2010

Dennis Hopper (na reitoria)


Blue Velvet, David Lynch,1986.

Lembramos Dennis Hopper. E com esta lembrança surge uma outra: um episódio da nossa vida universitária marcado pela sua personagem em Blue Velvet.
A Sally que o diga.

K. Douglas

quinta-feira, 13 de maio de 2010

FFF

Verão de 2004, Campeonato Europeu de Futebol. Durão Barroso anuncia o abandono do cargo de Primeiro-Ministro e a sua fuga para Bruxelas.
Maio de 2010, Visita do Papa a Portugal. José Sócrates comunica a subida do IRS e do IVA.
Mmmmm.... Velhos hábitos?!
Sally Bowles

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Em que filme é que se diz que a infância são cheiros?

Caro leitor,

Acabo de me render à poesia de B. Parker. Depois da confusão que foram os beijos pastosos (foi situação existencial pela qual nunca passei - beijos pastosos?!, mas que raio!) e das múltiplas visões sociais de uma tal de Francisca - andas a ler Heiddeger em segunda mão, B. Parker? -, sucumbo ao poder da imagem da infância que está em baixo.

K. Douglas

III

Sandes de fiambre
Com manteiga
Pudesse embrulhar a infância num guardanapo de papel
Fechá-la num saco de plástico
Transparente
Com nó duplo
Para não fugir.
B. Parker

terça-feira, 4 de maio de 2010

Crying at the kitchen sink

K. Douglas

terça-feira, 27 de abril de 2010

I know you're there


Audrey Hepburn, Wait until Dark, 1967.

Wait until Dark (Terence Young, 1967) é o último filme que Audrey Hepburn protagonizou antes de uma retirada que durou até ao ano de 1976. O filme é a adaptação cinematográfica da peça de Frederick Knott, autor do célebre Dial M for Murder, realizado por Hitchcock em 1954. Há afinidades que são fáceis de detectar entre os dois textos: em ambos a acção é concentrada num espaço fechado (Wait until Dark desenrola-se numa cave, o que potencia ainda mais o efeito de prisão) e as protagonistas são mulheres que têm que lutar pela sobrevivência. Grace Kelly está enleada pela teia urdida pelo marido, Audrey Hepburn, cega, terá que fazer frente a um sociopata na escuridão. O registo dos vilões é diferente. Ray Milland, o marido traído, é um homem muito agradável, afável, quase brincalhão. O modo como monta o seu plano é de uma grande mestria, assim como a sua interpretação. Alan Arkin, Mr. Roat, também é dono de uma boa interpretação.. É frio, sujo, amoral e, em certos momentos – por exemplo, aquele em que rasteja no chão, dando força ao corpo com o punhal que segura nas mãos – aproxima-se de um registo animal.

A trama de Wait until Dark cresce em torno de uma boneca (o que não deixa de ter significado) que acaba por ir parar a casa do casal Hendrix e que tem que ser recuperada. A tarefa parece ser fácil, tanto mais que a mulher – Susy – cegou recentemente. Mas como pode adivinhar, não é. Diz-se que a interpretação de Hepburn é diferente das raparigas ingénuas que antes representara em algumas das comédias que interpretou. Sim e não. Em minha opinião, a sua interpretação está fora do habitual na medida em que o que está em causa é uma mulher que é aterrorizada e não tem por onde escapar. Susy é levemente ingénua, é sensível, emotiva, mas ao mesmo tempo é uma mulher forte e no jogo do gato e do rato não é fácil apanhá-la. É neste jogo que pulsa a força do filme. A partir do momento em que Susy percebe que está metida numa ratoeira, que as pessoas em quem acreditou querem, afinal, fazer-lhe mal, o filme é electrizante. Num rasgão de claridade, Suzy parte todas as lâmpadas da sua casa – é uma boa sequência – e apronta-se a receber de novo os visitantes, mas desta vez no seu território. A luta na escuridão e a inversão dos papéis de gato e de rato, é um grande momento. Hepburn modula com firmeza a sua personagem. Assim, face à estupefacção de que o agressor está a espalhar gasolina pela casa, Susy consegue o domínio da situação, apanhando o pequeno garrafão do combustível, o qual lança ao agressor e, apoderando-se de uma caixa de fósforos, ilumina a escuridão, ameaçando… bem, pegar fogo a alguém. Porém, Susy esqueceu-se de uma lâmpada.

O filme conta com um culto apreciável. O clímax do confronto consta como um dos momentos clássicos na história dos filmes do género e fez pular muito gente, embora seja provável que isso já não aconteça. Feitas as contas, Wait until Dark não é uma obra-prima, mas é um bom filme. É inteligente, é bem realizado (uma nota para os planos panorâmicos que abarcam quase a totalidade do espaço da acção, mostrando o aperto e, também, para o uso dramático das sombras), e é  bem interpretado.

K.Douglas

domingo, 25 de abril de 2010

Abril - E depois do Adeus


Não há muito para dizer - a canção é incontornável. Feliz 25 de Abril!

K. Douglas

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Aviso à navegação!

B. Parker, isto NÃO É o Abrupto.
K. Douglas

quinta-feira, 22 de abril de 2010

II

Francisca,
Francisquinha para os papás,
Chiquinha para o tio Tomé,
Chica para o Carlos,
Doutora Francisca para a loura da recepção,
Dona Francisca para o Senhor Manuel da mercearia,
Vizinha para a velha do 2º C,
Sonsa para a Luísa da pastilha elástica,
0035 0000 2598 3211 9900 1 para o patrão,
12117598 para o Estado,
Ninguém para muita gente.
B. Parker

segunda-feira, 19 de abril de 2010

5 anos é muito tempo

Conhecem aquela pergunta que, infalivelmente, aparece em todas as entrevistas de emprego: Onde é que você se vê daqui a 5 anos? E isto quando não alargam o tempo para dez ou quinze anos, como se possuíssemos uma bola de cristal lá em casa, entre a torradeira e o micro-ondas.
Só de pensar nela, gela-me o sangue. Antes de qualquer entrevista, eu preparo uma resposta adequada - sei que devo mostrar ambição mas sentido realidade e incluir nos meus planos o emprego para o qual me candidato, mesmo que seja o de distribuidor do Destak. Porém, apesar do treino prévio e do aquecimento da minha espinha dorsal, não consigo deixar de suar frio perante o dilema - Onde me vejo daqui a 5 anos?
Para ser franca, quero lá saber! 9 às 17, 13º mês, contrato, salário fixo, três semanas de férias em Agosto, patrão - eis alguns dos aspectos que sempre associei a um profundo tédio. Saber onde vou estar daqui a 5 anos, ou pelo menos tecer uma suposição sobre tal, não revelaria apenas a minha falta de confiança nas surpresas que o futuro reserva? Aborrecido, não?
Admito que possivelmente estarei a ver o copo meio cheio. Ter um contrato, salário fixo, blá, blá, blá, tirar-me-ia de cima as preocupações básicas sobre o meu sustento e, então, poderia preocupar-me com outras coisas como a dívida pública ou a nuvem da Islândia (já repararam que ninguém consegue pronunciar o nome do raio do vulcão?).
Porém, acreditem - eu até acho um certo charme em viver em crise.
Sally Bowles

P.S.: Independentemente de quem seja esse(a) B. Parker, creio que não foi só o gato que ficou confuso.

domingo, 18 de abril de 2010

Apresentações confusas

Face ao aparecimento confuso de B. Parker, Maria João Seixas toma conta de mim e faz-me perguntar: "Diz-me, quem és?"

K. Douglas

sexta-feira, 16 de abril de 2010

I

Ando na rua porque não me deixam andar nos telhados
Como um gato vadio
E há a gravidade
Essa grande puta.
Se andasse nos telhados
A calçada não me feria os calos,
Nem via o Real,
Seja lá o que isso for,
Só sei que é uma tia velha
Que me beija sôfrega e pastosamente.
B. Parker

quarta-feira, 31 de março de 2010

«On a bus stop in the town, "We Rule The School", Written for everyone to see and read»



Em primeiro lugar, Sally, aqui está um vídeo para ti e para o dia de hoje. Gosto muito desta canção e acho o vídeo muito bom. No que toca ao liceu, estamos longe um do outro. A escola secundária não é um espaço que se preste a saudades. No entanto, a música safa esses anos, nomeadamente os 16, 17 anos. Por essa altura, tive a sorte de me darem a conhecer algumas coisas de que gostei bastante e que, enfim, “definiram” o que ouço até hoje. Houve um Natal em que recebi o unplugged dos Nirvana e ouvi o Grace do Jeff Buckley. Mas foi nas férias de Verão do 11º ano para o 12ª ano que me gravaram duas k7s (deixem-me escrever assim) de 90 minutos que são das melhores coisas da minha adolescência. A primeira tinha no lado A Elliott Smith – XO e no lado B Belle and Sebastian – If you’re feeling sinister (quase que poderia dizer que fui das primeiras pessoas em Portugal a ouvir os Belle and Sebastian). A segunda tinha Mercury Rev – Deserter’s Songs e algumas canções de Sketches from my sweetheart the drunk de Buckley. Claro, falta referir os Tindersticks. O disco que recebi no dia em que fiz 18 anos foi o Bryter Layter do Nick Drake – How cool is that? Can you beat it? Ah! Falta referir uma compilação que me fizeram que tinha coisas como Red House Painters, Radiohead, Neutral Milk Hotel, Blur, Yo la Tengo, Low, Joy Division, etc. Enfim, não podia ter sido melhor.

K. Douglas


segunda-feira, 29 de março de 2010

Classe de 00

Eu não sou particular adepta de efemérides mas há uma que gostaria de realçar, embora tenha um carácter meramente pessoal. Este ano faz exactamente uma década que deixei para trás os bons tempos do liceu e ingressei na idade adulta - ou numa proto-idade adulta, talvez um outro conceito mais adequado para os anos académicos.
Há aquele velho mito dos anos do liceu serem uma aproximação às chamas infernais. Eu não o corroboro minimamente. Apenas guardo boas recordações... (as más devo ter recalcado, é possível!).
E se há uma coisa que transporta de imediato aos pátios da E.S.P.A.A. é alguma música. Aconteceu-me ainda há uns minutos. Os meus vizinhos de baixo ensaiavam os primeiros acordes do "Come as you are" dos Nirvana e eis-me a vestir mentalmente a minha camisa axadrezada de flanela (o que será feito dela?)
Por isso, deixo aqui um apelo aos meus camaradas blogueiros, sim, porque eles partilham comigo esta efeméride dos dez anos de auf wiedersehen adolescência. Digam lá qual é a vossa banda sonora para os tempos do liceu. Na minha, não poderá faltar:

- "Creep", Radiohead

- "Girls and Boys", Blur

- "Wonderwall", Oasis

E fico-me por aqui porque o meu computador já crashou três vezes desde que comecei a escrever isto.
K. e Maria, é a vossa vez...
Sally Bowles

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

I don't wanna be a contra




Aqui fica o segundo single de Contra, o segundo disco dos Vampire Weekend. 

K. Douglas

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O melhor dos mundos possíveis

Antes de tudo, começo este meu post com uma sugestão. Ide ver o novo filme dos Cohen, meus irmãos. A Serious Man é, como diria o K., delicioso e transborda daquele humor desconfortável, com um quê de culpa, propenso mais a esgares de lábios do que a gargalhadas sonoras, a que os dois manos já nos habituaram. Rabis, Jefferson Airplane, gato de Schrödinger, marijuana e bar mitzvah, tudo reunido no Minnesota dos anos 60. Os Cohen ter-se-ão inspirado no Livro de Job para compôr a história de um homem sério sobre o qual o mundo desaba, sendo na sua desgraça que o filme colhe a sua dose de humor.
O Livro de Job é, possivelmente, um dos meus livros bíblicos de eleição e julgo que muitos partilharão dessa minha preferência. Além do interesse literário e da beleza poética, a minha atenção recai no facto deste ser o exemplo mais marcante em toda a Bíblia do senso de humor tipicamente judaico.
Senão, recordemos: Job vivia feliz na sua terrinha, com as suas ovelhas, bois, camelos e burras, com os seus sete filhos e três filhas [sim, e era feliz apesar disso... outros tempos!]. Além do mais, Job era um tipo piedoso, que sacrificava animaizinhos a Deus e tudo. Mas, como em tudo na vida, lá em cima a história era outra. Deus e Satanás encontram-se:
Deus - Donde vens agora?
Satanás - Fui dar umas voltas pela terra.
D. - Não reparaste no meu servo Job? Não há outro como ele no mundo! É um homem bom e honesto, muito religioso e não faz nada de mal!
S. - Achas que os seus sentimentos religiosos são desinteressados? Blá... blá... blá... Experimenta levantar a mão contra aquilo que é seu e verás se ele não te amaldiçoa, mesmo na tua frente.
D. - Tudo o que lhe pertence está à tua disposição, mas nele mesmo não podes tocar.
O resto da história já se sabe. Todas as desgraças desabam sobre o pobre Job e ele limita-se a lamentar. Um belíssimo lamento, admitemos. O final é feliz, como não podia deixar de ser. Ou não fosse este o melhor dos mundos possíveis, como diria Pangloss.
Deus ri. E tem um humor muito negro.
Sally Bowles

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Quando o telefone toca...

O meu avô nunca quis ter telefone em casa. E os filhos bem insistiam, zelosos pelos seus velhos. Mas nisso, ele era irredutível. Por telefone, as notícias ruins chegam mais rápido, dizia. Passados muitos anos, tenho de dar razão ao avô - os três, quatro dias que a carta demorava a chegar eram dias roubados à desgraça.
Não é esse o motivo porque não gosto de telefones. Embora admita que poucas coisas são mais perturbadoras do que um telefonema a meio da madrugada. Cheira a tragédia a cada toque.
Há algo de impessoal quando uma voz não é acompanhada por um corpo. Ouvimos alguém do outro lado da linha e tentamos imaginar a expressão que acompanha cada frase, tentamos interpretar a entoação e o som de fundo. Já repararam que numa chamada telefónica não há lugar para silêncios. Cada segundo que demoramos a responder é acompanhado por um "estás a ouvir?" do outro lado. Somos obrigados a uma rapidez de resposta que vai contra a nossa necessidade básica de ponderação. O diálogo torna-se pobre. Pelo menos para mim, que não sou particularmente dotada no campo da oratória e resumo as minhas deixas a um "Estou bem", "Choveu" e "Novidades?"
Essa é uma das razões porque, à falta do tete-a-tete, privilegio a comunicação escrita. O e-mail é uma boa opção e socialmente bem aceite visto que a velhinha carta tornou-se num objecto aparentemente inadequado ao ritmo do nosso quotidiano e à tirânica velocidade de circulação da informação.
Contudo, continuo a gostar de cartas, desde que não sejam da EDP, da EPAL ou de outra sigla qualquer. Não que as escreva com frequência. Bem pelo contrário. Mas existe um prazer secreto em abrir um envelope fechado a saliva (e há algo de mais pessoal do que isso?) e encontrar uma folha de papel dobrada em três com perfeição e arte. Desdobro-a e leio "Querida Sally". E espero pela boa nova na próxima linha.
Sally Bowles

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Go David! You're the best!

I’d do the Corrs’ drummer, the lead singer and that one who plays the violin

Há cerca de um ano atrás encontrei consolo em David Brent (salvo seja). A história não merece ser contada, até porque este não é o espaço para ela. No entanto, há que fazer o elogio dessa magnífica categoria que responde pelo nome de necessidade. É ela que nos faz conviver horas e horas com pessoas que não interessam nem ao menino Jesus. É por isto que as palavras de Tim, no final da série, são extraordinárias (conseguem um misto de redenção e de resignação) : The people you work with are just people you were thrown together with. Y'know, you don't know them, it wasn't your choice. And yet you spend more time with them thanyou do your friends or your family. But probably all you've got in common is the fact that you walk round on the same bit of carpet for eight hours a day. And so, obviously, when someone comes in who you have a connection with - yeah, and Dawn was a ray of sunshine in my life - it can mean a lot. But if I'm really being honest, I never really thought it would have a happy ending. I don't know what a happy ending is. Life isn't about endings, is it? It's a series of moments. And um, if you turn the camera off, it's not an ending is it? I'm still here. My life is not over. Come back here in ten years. See how I'm doing then. 'Cause I could be married with children, you don't know. Life just goes on.

E porque a vida continua, o bla di, o bla da, aqui fica referenciado um dos meus momentos preferidos do Office inglês (sim, Maria, tinhas toda a razão): quando David diz como trataria da saúde (!) às meninas dos The Corrs. Deve ser dos mais óbvios, but I really don't care. Além do grande momento de David - veja-se como ele tenta reverter a situação constrangedora - , gosto particularmente do momento em que Tim parece olhar directamente para nós. Brilhante.
K. Douglas

sábado, 23 de janeiro de 2010

Desculpe, foi engano.


Grace Kelly, Dial M for Murder, 1954.

Em conversa com a Sally, fiquei a saber que tínhamos visto no mesmo dia um filme com Grace Kelly, ambos de Hitchcock: Dial M for Murder e Rear Window, ambos de 1954 (há demasiados "ambos"nesta frase). Achei esta coincidência engraçada e, agora, depois de um jantar tipicamente alentejano - migas com carne, acompanhadas com café - decidi escrever qualquer coisa sobre o assunto. Começo pelas louras. Para muitos, Grace Kelly é a ultimate blonde de Hitchcock. Eu tendo a concordar, embora tenha um ""fracão"" por Ingrid Bergman em Notorious (aquele beijo) e por Tippi Hedren em Os Pássaros. Mas não esqueço Grace Kelly e a sua saia a roçar pelos móveis do quarto de James Stewart. Tal erotismo só se encontra noutros filmes de Hithcock: o aludido beijo entre Ingrid Bergman e Cary Grant, as sequências iniciais de Psycho ou as perseguições de Stewart a Kim Novak pelas ruas de S. Francisco em Vertigo, o meu filme preferido de Hitchcock (embora hoje compreenda um pouco mais a Maria, quando ela apontava Psycho como o seu preferido).

A Sally diz que ninguém sobe com tanta elegância umas escadas como Grace Kelly. É capaz.. Em Chamada para a morte - logo nos primeiros 5 minutos - já ninguém a esquece. Quando recebe o amante, Grace deixa de usar a roupa casual, ainda que elegante e sofisticada, do quotidiano com o marido e enverga um vestido vermelho. Estes pormenores são, como se sabe, importantes no cinema de Hitchcock. O caso mais conhecido foi a insistência para que Kim Novak usasse cinzento em Vertigo. A actriz não queria, o cinzento não a favorecia, mas as instruções dadas foram rigorosas: qualquer tom de cinzento, desde que seja cinzento.. A cor, aliada ao seu rosto e aos seus cabelos, criavam um efeito débil que a fariam aparecer como que saída do nevoeiro de S. Francisco. Assim, e voltando a Kelly, o vestido vermelho, revela a paixão  e o sexo inexistentes no seu casamento.

Há duas coisas que me fizeram gostar bastante deste filme. Em primeiro lugar é o filme que mais se aproxima do registo d' A Corda, precisamente pela sua teatralidade (é certo que o filme é a adaptação da peça de teatro com o mesmo nome) e pelo facto de acontecer quase exclusivamente em interiores. Mas ao contrário d' A Corda, que não tinha edição nenhuma, Chamada para a morte, oferece ao espectador belos planos, reconhecendo este, de imediato, o olho de Hitchcock. Em segundo lugar: o vilão. É talvez o meu preferido. A interpretação de Ray Milland é muito boa. Trata-se de um homem de uma posição social elevada, descontraído, amistoso - um anfitrião perfeito para fazer a melhor sala - e que planeia meticulosamente a morte da sua mulher. É precisamente aqui que está o seu interesse. Não se trata de um homem com dois lados, com uma fachada. Ao contar o seu plano ao executante, não há uma alteração do seu registo afável. O seu controlo quase que é brincalhão. Mas quando Kelly atende o telefone, ele devia ter dito: "desculpe, foi engano".

K. Douglas

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Os meus 10 filmes dos anos 00

Julianne Moore, Far from Heaven, 2002.


É verdade, o século começou às 00h do dia 1 de Janeiro de 2001. Em todo o caso, os anos 00 chegaram ao fim. Não me importava nada de ter o talento de Douglas Coupland para descrever uma época, para cristalizar os acontecimentos e adensá-los nos pormenores do quotidiano, mesclando as engenhocas tecnológicas com a aura dos sítios e com a intimidade das personagens (este é o toque de mestre de Coupland, penso). Mas não tenho. O que dizer dos anos 00? Pensei minimamente nesta pergunta e ocorreram-me algumas coisas, mas achei que a coisa acertada e justa seria recorrer àquela ideia de Chesterton (bem sei, bem sei, mas deixemos o seu insuportável reacionarismo e sublinhemos o seu humor genial - as vacas económicas não deixam de o afirmar) que diz que aquilo que nos molda e toca verdadeiramente é o que nos acontece na nossa vida - a nossa relação directa com as coisas e como isso nos afecta. Não se pense que isto é um eufemismo para expressar um estado de egoísmo, não é. Pois bem, uma das melhores coisas destes anos foram os filmes. Não apenas aqueles que vi em sala, os quais apontarei adiante, mas também os da cinemateca, as sessões quase caseiras do Museu República e Resistência e, mais que tudo, as sessões caseiras, nas quais se incluem várias ocasiões com a Maria e a Sally. Espalhados por aí, estão uns quantos filmes de que gosto muito.

A minha lista, como é óbvio, reflecte os meus filmes preferidos. Não atendi a nenhum critério específico. Há oito títulos que foram anotados quase de rajada e dois que surgiram depois. Um deles é Saraband. Vale sempre a pena uma pessoa perder-se no Alvaláxia para ver um grande filme. O prólogo do filme, com as aproximações ao rosto de Liv Ullmman, conquistou-me de imediato. Anote-se também que torço a cara a esta classificação, mas forcei-me a fazê-la.

10 - Dogville, Lars Von Trier, 2003.

9 - Donnie Darko, Richard Kelly, 2001.

8 - Brokeback Moutain, Ang Lee, 2005.

7 - In The Mood for Love, Wang Kar Way , 2000.

6 - Saraband, Ingmar Bergman, 2003.

5 - The eternal Sunshine of the Spotless Mind, Michel Gondry, 2004.

4 - Lost in Translation, Sofia Coppola, 2003.

3- Mulholland Drive, David Lynch, 2001.

2- Kill Bill, Quentin Tarantino, 2003-04.

1- Far from Heaven, Todd Haynes, 2002.

Fiquei quieto a olhar para a lista, à procura de qualquer coisa objectiva para a comentar, mas só consigo pensar que são grandes filmes. Sim, há outros, sim, há um ou dois que podem ser discutíveis. Sim, direi coisas quando sair a nossa lista final.


K. Douglas