segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Os narizes, as ameixas e os tops

De facto, não me dei conta dos dois grandes narizes que estão atrás das mulheres que rodeiam o nosso primeiro. E isto compromete a minha gracinha. Pena. No que diz respeito ao top 10 da Sally, devo dizer que tenho o maior respeito por ele e que sim: Umberto Eco é sexy (embora a imagem da ameixa em calda seja perturbadora). Aqui vai o meu top 10:

1-Ver Lisboa da ponte 25 de Abril.
2-Séries de televisão.
3-Bacalhau com broa.
4-Minis.
5-Ter a secretária impecável.
6-Pullovers de Outono.
7- A minha edição do Office inglês ou David Brent e os The Corrs.
8-Doce Fino (os bolinhos com sabor a amêndoa do Algarve).
9- Já fui conquistador dos Da Vinci? Foram oceanos de amor?
10-Abrir as encomendas da Amazon.
K. Douglas

domingo, 30 de agosto de 2009

Pastéis de Belém

Antes de tudo, obrigada ao K. pela publicação do cartaz. Assim, os caríssimos leitores têm a oportunidade de ver aquilo a que eu chamo de "expressão de prisão de ventre" do nosso primeiro. Francamente, K., não considero isso muito sexy. E olha que a minha opinião tem uma mais-valia - é feminina. Só uma pequena correcção: Sócrates não está literalmente rodeado do "mulherio" - consigo contabilizar uma nuca e dois narizes masculinos. Acredita no minha autoridade de star de cabaret!
Mas o assunto que me leva a escrever estas curtas linhas é outro. Estava a ler um post no site da revista New Yorker em que o autor, cujo nome não recordo, fazia uma exaustiva lista sobre todas as coisas que eram melhores do que um cachorro-quente comprado a um vendedor de rua em Nova Iorque (isto a propósito de um comentário feito por um amigo do dito autor de que existiam poucas coisas melhores do que tal iguaria).
Pus-me a pensar - algo que faço recorrentemente enquanto aqueço a voz com um generoso copo de gin - sobre qual seria o equivalente português ao dito cachorro. Ocorre-me os pastéis de Belém, os estaladiços, quentinhos e salpicados de canela pastéis de Belém. E olhem que é difícil fazer uma lista do que há de melhor do que isso!
Proponho uma curta lista de 10 itens. Era catita se o K. e a Maria a completassem. Aqui vai:
- Dormitar depois do toque do despertador;
- Fazer zapping initerruptamente quando há tanto trabalho à nossa espera;
- Uma máquina de lavar-loiça;
- O Festival da Eurovisão;
- O cheiro a relva cortada;
- Siricaia com uma bela ameixa de Elvas;
- Umberto Eco (com ou sem a ameixa);
- A luz de Lisboa;
- A música do Dartacão (é a minha madalena!)
- O nosso blogue - juro a pés juntos que é verdade!
Sally Bowles (e não me venham dizer que não sou produtiva!)

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Este cartaz?!

Sally da minha vida! Já começava a pensar que eu estava para aqui e tu longe, num templo a orar a Confúncio ou, então, pior do que andarmos um para outro irresistivelmente, arrebetadoramente, fulgurosamente, pensei que o Diogo Infante te tivesse encontrado (andava à tua procura no verão passado, bruscamente, sem saber por onde andavas, nem o que fazias). Subscrevo tudo o que escreveste, com excepção dos juízos sobre o magnífico cartaz do PS, que está posto em cima. É que não está rodeado de gente, Sally. Está cercado de mulheres. Isso merece, à primeira vista, algum respeito - Ah! Ganda Sócrates! Ali está ele, sem casaco, camisa impecável, charmoso, no meio do mulherio mais ou menos novo. Estás a ver a diferença de estilo? O Portas poria as velhas com pêlos nos queixo ao lado dele e Louçã, se fosse mais inteligente, poria as gajas giras e sexy que o bloco, não sei como, consegue arranjar. Mas não, as meninas de Sócrates têm um ar de trabalhadoras, de possíveis funcionárias públicas, na casa dos trinta e muitos anos, com excepção da rapariga que mostra todo o rosto. Em certa medida até é um cartaz bem português, tanto mais se pensarmos nele numa outra perspectiva. Substituam-se as possíveis funcionárias públicas, ou as mulheres da classe média urbana, por trabalhadoras rurais e o efeito é imediato: quando o senhor engenheiro chega para saber como vai o trabalho, todas acorrem para ele (o capataz permite, porque assim lhe foi dito). O Senhor engenheiro congratula-se pelo trabalho feito e sublinha que o sucesso da herdade não seria nenhum sem a força delas. Nós é que agradecemos, senhor engenheiro. Tão bom que o senhor é para nós. Ora essa, podem contar sempre comigo. Mãos à obra! - Exclama o senhor engenheiro, despedindo-se, e entra para o jipe, queixando-se que tem terra nos sapatos. Mas mais do que isso, a cumplicidade entre o mulherio e o senhor engenheiro tranforma-se no que parece ser uma possível tensão erótica. O senhor engenheiro torna-se assim num sex-symbol, acalentando desejos e vontades. Não é o melhor cartaz de sempre - esse pertence a Mário Soares -, mas será o segundo melhor na história da democracia portuguesa, ainda que por razões diferentes das do primeiro.
K. Douglas

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Sally, o Regresso

Eu sou um daqueles raros casos que consegue vislumbrar algum encanto no período pré-eleitoral. Campanhas, debates, tempos de antena, cartazes, beijinhos em criancinhas ranhosas – não podemos negar o potencial cómico disto tudo. Muitos discursos parecem um verdadeiro exercício de stand-up comedy e os frente-a-frente estão ao nível de um bom sketch dos Marretas.
Sugiro apenas uma breve reflexão sobre os cartazes que despontam um pouco por todo o país. Olhando os do PSD, não posso deixar de louvar o trabalho de quem é capaz de tornar a fácies de Manuela Ferreira Leite ainda mais desagradável, com um quê de professora primária tirânica, pronta a dar umas palmadas em quem não souber a tabuada (ou o défice público). E o PS, bem... Já viram aquele cartaz em que José Sócrates aparece entre um magote de gente esfumada mas que o contempla como se fosse o novo Messias? Aquela expressão é o quê? Prisão de ventre? Será que o nosso primeiro-ministro precisa de consumir mais bifidus activo?Os dois partidos de esquerda mantêm a sua imagem de marca – o PCP sempre a tocar a mesma cassete (citando Brüno, “Isso é tão Álvaro Cunhal!”) e o Bloco com a sua política-combate, um autêntico “Fight Party”. O PP não desilude. Repararam nos novos cartazes? Não me refiro àqueles reaccionário-populistas do tipo “Concorda com o rendimento mínimo para quem não quer trabalhar?”, ou “Acha bem um governo que protege os ladrões e condena os polícias?”, ou “Não considera uma falta de gosto sapatos que não combinam com a ponchete?”. Estou a pensar antes num outro cartaz em que Paulo Portas aparece com o ar ameaçador do género “Vou-te comer!” (e não no sentido divertido do termo, embora tal também fosse uma opção de marketing viável...) ao lado do slogan “Há cada vez mais gente a pensar como nós”. É um facto... assustador.
Sally Bowles