Sei que muitos não partilham do meu entusiasmo. Sei também que há quem não seja sensível ao chamado desporto-rei e considere tudo isto uma perda de tempo e uma chaga na produtividade nacional.
Porém, para todos os que trocem o nariz a 22 matulões atrás de uma bola e um a soprar no apito deixo aqui 5 razões para acompanhar o Mundial:
1. Os hinos
Não é todos os dias que ouvimos o hino das Honduras. Ponto final. Mas acrescentemos outros atractivos. Vejam os norte-coreanos comovidos até às lágrimas - assustador! Reparem bem como metade da selecção portuguesa corrompe a letra (igrégios?! herégios?? hereges?! mas que o que é são mesmo os nossos avós?!). O Brasil dá-nos sempre um grande momento - cantam mal, é verdade, mas todos cantam, pá!
2. As claques
Esqueçam as vuvuzelas! As claques são sempre o sal de qualquer competição e as africanas e sul-americanas primam pela originalidade e pela alegria. No caso das europeias, o álcool ajuda. Atentem bem nos acessórios e no extenso vocabulário ultrajante. Com alguma atenção, podemos aprender a injuriar um árbitro em mais de dez línguas. Ainda dizem que futebol não é cultura!
3. Os festejos do golo
Há alguns passos básicos: o beijinho, o berço, o coração, as palmadinhas. Depois, tudo fica ao critério da originalidade do jogador. Um arrisca uma acrobacia, outro um passinho de dança. É bonito, sim senhor! E há sempre um valente que arranca a camisola provocando a falta de sensibilidade estética do código de arbitragem.
4. Os casos
Nós portugueses costumávamos ser bons nisso - desde o campeonato do México até ao Mundial da Coreia. Entre a violência e os escândalos sexuais, Portugal primava pela abundância de casos polémicos que serviam de desculpa para os resultados menos entusiasmantes. E olhem que, depois do jogo contra a Costa do Marfim, eu vi ali um raiar de qualquer coisa... qualquer coisa que esfriou com o massacre coreano. É melhor dar-mos a mão à palmatória - como num livro do Astérix, nós fomos vencidos pelos gauleses! Não sei é qual foi a poção mágica.
5. A moda capilar
Um nome se levanta mais alto do que todos os nomes - Valderrama. Nostalgia! O que é feito do senhor da abundante cabeleira? Esta é outra categoria na qual Portugal também leva a melhor. Recordemo-nos de Fernando Couto ou, mais exótico, de Abel Xavier. Portugal dita mesmo a moda. Já repararam como a pasta de cabelo de Cristiano Ronaldo, a que alguns chamam penteado, está a ser prodigamente imitada? Até o Torres, do qual recordo as belas mechas ruivas, aderiu à tendência. Será que iremos exportar outras modas? Será que nos próximos tempos veremos mais jogadores com nuances "a la Coentrão"?
São apenas 5 razões mas muitas mais haverá. Acredito mesmo que os meus colegas blogueiros também terão uma palavra a dar.
Um link para quem quiser acompanhar o calendário dos jogos: http://www.marca.com/deporte/futbol/mundial/sudafrica-2010/calendario.html
Sally Bowles