quinta-feira, 24 de junho de 2010

Allez!! Allez!!

Estamos em Junho de 2010 e o Campeonato Mundial de Futebol é um elefante amarelo às bolinhas no meio da sala. É impossível não falar nisso! Além do mais, trata-se de um momento único (pelo menos de 4 em 4 anos é único!) - a união frente a ecrãs gigantes com acessórios ridículos na tola, o hino cantado com a mini na mão, o reacender de rivalidades criadas em campeonatos anteriores (e leia-se: França, Coreia do Sul, Grécia, Alemanha, etc...), a possibilidade de podermos dizer frases como "ganhámos à Inglaterra" ou "levámos dois do Gana" sem parecer que sofremos de algum distúrbio de personalidade. E, depois, é das poucas alturas em que toda a gente odeia a Itália. Sim, porque a Itália será sempre a grande vilã dos campeonatos mundiais de futebol.
Sei que muitos não partilham do meu entusiasmo. Sei também que há quem não seja sensível ao chamado desporto-rei e considere tudo isto uma perda de tempo e uma chaga na produtividade nacional.
Porém, para todos os que trocem o nariz a 22 matulões atrás de uma bola e um a soprar no apito deixo aqui 5 razões para acompanhar o Mundial:

1. Os hinos
Não é todos os dias que ouvimos o hino das Honduras. Ponto final. Mas acrescentemos outros atractivos. Vejam os norte-coreanos comovidos até às lágrimas - assustador! Reparem bem como metade da selecção portuguesa corrompe a letra (igrégios?! herégios?? hereges?! mas que o que é são mesmo os nossos avós?!). O Brasil dá-nos sempre um grande momento - cantam mal, é verdade, mas todos cantam, pá!

2. As claques
Esqueçam as vuvuzelas! As claques são sempre o sal de qualquer competição e as africanas e sul-americanas primam pela originalidade e pela alegria. No caso das europeias, o álcool ajuda. Atentem bem nos acessórios e no extenso vocabulário ultrajante. Com alguma atenção, podemos aprender a injuriar um árbitro em mais de dez línguas. Ainda dizem que futebol não é cultura!

3. Os festejos do golo
Há alguns passos básicos: o beijinho, o berço, o coração, as palmadinhas. Depois, tudo fica ao critério da originalidade do jogador. Um arrisca uma acrobacia, outro um passinho de dança. É bonito, sim senhor! E há sempre um valente que arranca a camisola provocando a falta de sensibilidade estética do código de arbitragem.

4. Os casos
Nós portugueses costumávamos ser bons nisso - desde o campeonato do México até ao Mundial da Coreia. Entre a violência e os escândalos sexuais, Portugal primava pela abundância de casos polémicos que serviam de desculpa para os resultados menos entusiasmantes. E olhem que, depois do jogo contra a Costa do Marfim, eu vi ali um raiar de qualquer coisa... qualquer coisa que esfriou com o massacre coreano. É melhor dar-mos a mão à palmatória - como num livro do Astérix, nós fomos vencidos pelos gauleses! Não sei é qual foi a poção mágica.

5. A moda capilar
Um nome se levanta mais alto do que todos os nomes - Valderrama. Nostalgia! O que é feito do senhor da abundante cabeleira? Esta é outra categoria na qual Portugal também leva a melhor. Recordemo-nos de Fernando Couto ou, mais exótico, de Abel Xavier. Portugal dita mesmo a moda. Já repararam como a pasta de cabelo de Cristiano Ronaldo, a que alguns chamam penteado, está a ser prodigamente imitada? Até o Torres, do qual recordo as belas mechas ruivas, aderiu à tendência. Será que iremos exportar outras modas? Será que nos próximos tempos veremos mais jogadores com nuances "a la Coentrão"?

São apenas 5 razões mas muitas mais haverá. Acredito mesmo que os meus colegas blogueiros também terão uma palavra a dar.
Um link para quem quiser acompanhar o calendário dos jogos: http://www.marca.com/deporte/futbol/mundial/sudafrica-2010/calendario.html
Sally Bowles