Eu não conduzo. Costumo dizer que é uma opção ecológica, afinal, pertenço à “geração verde” (em todos os sentidos de “verde”). Não é verdade mas isso também não vem agora à baila. Fica sempre bem parecermos eco-responsáveis!
Como não conduzo, tenho um meio de transporte de eleição, o verdadeiro carro do povo, o autocarro. Não vos vou falar novamente dos autocarros da Carris. Caso contrário, pareceria que eu tenho uma obsessão estranha pelos amarelinhos (os autocarros, não os post-its, odeio post-its mas isso fica para outro post, sem it). Refiro-me ao autocarro no qual, perto de duas vezes por mês, corto o país do centro ao extremo sul. EVA-Mundialturismo, com serviço de mini-bar incluído. Olho com pena para os clientes da Rede Expressos. Seria justo fazer-se uma acção de solidariedade em prol desses miseráveis, desses abandonados da sorte, vítimas da má suspensão e de percursos alternativos.
O autocarro é um espaço que justifica qualquer tipo de comportamento. Podemos ressonar, dormir de boca escancarada, tombar para cima do desconhecido ao lado. Podemos ver filmes do Adam Sandler sem parecermos completamente parvos – Está a dar num ecrã mesmo em frente dos nossos olhos! Como podemos deixar de ver?! Furamos as órbitas?! E acreditem que ao fim dos primeiros 15 minutos, esta hipótese não parece assim tão absurda.
Ou seja, o autocarro é uma espécie de Suiça dos juízos de valor. Até podemos ler a Happy Woman, K.! É verdade, ultimamente tornou-se leitura oficial dos autocarros da EVA, deixada nos lugares à espera dos próximos viajantes. Ou melhor, das próximas viajantes. Discriminatório, sem dúvida! Os homens não andam de autocarro? Autocarro é “coisa de gaja”? E de “gaja” que lê a Happy Woman!
Eu já a desfolhei. Tem um bom grafismo. E no meio, uns sapatos da Louis Vitton que custam dois meses dos meus rendimentos. Frustada, fechei a revista e fiquei-me pela paisagem da janela.
Como não conduzo, tenho um meio de transporte de eleição, o verdadeiro carro do povo, o autocarro. Não vos vou falar novamente dos autocarros da Carris. Caso contrário, pareceria que eu tenho uma obsessão estranha pelos amarelinhos (os autocarros, não os post-its, odeio post-its mas isso fica para outro post, sem it). Refiro-me ao autocarro no qual, perto de duas vezes por mês, corto o país do centro ao extremo sul. EVA-Mundialturismo, com serviço de mini-bar incluído. Olho com pena para os clientes da Rede Expressos. Seria justo fazer-se uma acção de solidariedade em prol desses miseráveis, desses abandonados da sorte, vítimas da má suspensão e de percursos alternativos.
O autocarro é um espaço que justifica qualquer tipo de comportamento. Podemos ressonar, dormir de boca escancarada, tombar para cima do desconhecido ao lado. Podemos ver filmes do Adam Sandler sem parecermos completamente parvos – Está a dar num ecrã mesmo em frente dos nossos olhos! Como podemos deixar de ver?! Furamos as órbitas?! E acreditem que ao fim dos primeiros 15 minutos, esta hipótese não parece assim tão absurda.
Ou seja, o autocarro é uma espécie de Suiça dos juízos de valor. Até podemos ler a Happy Woman, K.! É verdade, ultimamente tornou-se leitura oficial dos autocarros da EVA, deixada nos lugares à espera dos próximos viajantes. Ou melhor, das próximas viajantes. Discriminatório, sem dúvida! Os homens não andam de autocarro? Autocarro é “coisa de gaja”? E de “gaja” que lê a Happy Woman!
Eu já a desfolhei. Tem um bom grafismo. E no meio, uns sapatos da Louis Vitton que custam dois meses dos meus rendimentos. Frustada, fechei a revista e fiquei-me pela paisagem da janela.
Sally Bowles