quinta-feira, 27 de março de 2008

Tudo o que não deve saber

Há dias, desfolhei um livro com um título tão amplo quanto Cultura. Tudo o que precisa saber, ou qualquer coisa assim. É uma síntese de “o essencial a saber para não parecer parvo de todo” ou de “o conhecimento necessário para uma conversa de café minimamente inteligente”, embora temas como Física Quântica e Dialéctica Hegeliana não sejam propriamente os assuntos de eleição entre uma bica e um pastel de nata. Enfim, trata-se de uma espécie de “cultura essencial em 600 páginas”, possivelmente para figurar nas mesinhas de cabeceira de socialites que, não conhecendo nem “a Quântica” nem “a Hegeliana”, querem sempre ficar bem nos salões (gosto do termo salões, muito coquete!). Porém, o livro tem um capítulo que considero deveras interessante, se não pelo conteúdo, pelo menos como proposta de reflexão. Neste, é elencada uma série de conhecimentos desnecessários, ou melhor, que podem causar série embaraço caso manifestados. Um “tudo o que não deve saber” que se resume a algumas breves achegas lógicas sobre o que nunca deve ser conhecido e, sobretudo, comunicado como o último episódio da novela da noite ou os pormenores das relações extra-maritais da nobreza europeia.
Ora bem, tal conduziu-me a um exercício de auto-análise e o resultado foi uma breve lista do que eu sei e nunca, nunca mesmo, deveria saber . Sim, breve porque há coisas que é melhor não revelar, mesmo quando nos fazemos passar por uma artista de cabaret na Alemanha dos anos 30. Cinco coisas que, com embaraço, confesso:
Sei uma boa parte (uma boa e vergonhosa parte) da letra do Taras e Manias do Marco Paulo;
Sou capaz de dizer três ou quatro títulos desse ícone da cultura norte-americana, Danielle Steel (é o que dá ler catálogos do Círculo de Leitores. Ups!... este deveria ser o ponto 3);
Li o Alquimista do Paulo Coelho (mas fique desde já aqui escrito que não gostei!)
Trauteio com frequência temas dos ABBA, dos Bee Gees (e isto faz-me lembrar um comentário de um outro blog – vide www.realimaginado.blogspot.com), do Avô Cantigas, enfim...
Sei quem foi o vencedor do primeiro Big Brother (mas não do segundo, ah!ah!ah!)
“Cobri minhas faces que morro de vergonha!”Sally Bowles