quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Reduplicar o Absoluto? Não me parece. Daí o pontapé nos tomates (essa é que é a angústia).


Estou a ler Moby Dick e estou a gostar muito. A tradução de Alfredo Margarido e Daniel Gonçalves parece-me ser muita boa - o português é bonito, rico, simples e profundo. Pensei que alguns capítulos seriam chatos (por exemplo, o da cetografia), mas enganei-me. A descrição, entre outras, do cesto da gávea é muito bonita, assim como as considerações sobre a cor branca. Toda a narrativa é densa e apresenta vários registos. O livro têm um grande carácter, um ar próprio e é quase como metafísico (teria que explicar isto melhor).

Não participei nas listas de 2013. Nos discos acrescentaria essencialmente dois: Daft Punk e Bill Callahan. Random Acess Memories é de facto um disco extraordinário e eu confesso que não estava à espera disso. Callahan continua a criar canções com grande aprumo e até a versão dub de Dream River - Have Fun with God - resulta maravilhosamente bem.

A imagem em cima é a capa da edição da Penguin Classics. Bem, acho que Morrissey deveria ter tido um pouco mais de decoro, apesar do seu imenso talento como poeta. Mas i really don't care. Um dia lerei a Autobiografia (poderia ter dado um título melhor? E uma capa?).

K. Douglas