Depois da desilusão que foram os Óscares deste ano
(não o são quase sempre?), olhemos para a nova temporada. Começo aqui um
apanhado de alguns dos mais antecipados filmes de 2013. Originalmente, o
objectivo era falar sobre 50 filmes, mas achei melhor ir elaborando a lista aos
poucos e depois logo se vê qual será o número total. Consequentemente, este
tema vai ocupar uns quantos posts. Os filmes em si não estão organizados em
nenhuma ordem particular, é aleatório. Muitos ficam de fora, como é óbvio, mas
posso mencionar que os fãs de blockbusters vão ter muito com que se entreter,
com a estreia de Man of Steel, Iron Man 3, Thor: The Dark World, Star
Trek: Into Darkness, Wolverine ou
o segundo filme da série Hunger Games.
Este será também um ano rico em biopics, de Mandela a Grace Kelly, passando
pela princesa Diana, alguns dos quais se encontrarão nesta lista. Deixei
espaço, também, para os meus preconceitos – Serena
não vai estar nesta lista porque ainda não recuperei totalmente da desilusão
que foi Melhor Actriz nos Óscares. Como seria de esperar, há uma mistura de géneros, do
grande filme de prestígio de Hollywood, com os olhos postos nos Óscares, ao
pequeno filme independente ou ao “genre film”. Alguns ficaram de fora porque
tinha dúvidas em relação à data de estreia, pois tanto podem estrear este ano
como só em 2014 (é o caso de The Grand
Budapest Hotel, de Wes Anderson).
August: Osage
County
Realização: John
Wells
Com: Meryl
Streep, Julia Roberts, Ewan McGregor, Benedict Cumberbatch, Juliette Lewis,
Chris Cooper, Margo Martindale
Adaptação da premiada peça de Tracy Letts, que
ganhou o Pulitzer e vários Tony (incluindo melhor peça teatral) e que não será
certamente desconhecida daqueles que seguem as cenas teatrais do West End ou da
Broadway. Este filme reúne um elenco de luxo, encabeçado por Meryl Streep, num
papel que parece ser feito à medida para mais uma nomeação da Academia. A
incógnita aqui é John Wells e se ele terá a capacidade de aproveitar ao máximo
este elenco, já que o seu CV enquanto realizador é limitado e pouco
impressionante. Claro que os ajuntamentos de “estrelas” também por vezes não
resultam, podendo até ser uma distracção para o espectador. Ou seja, o material
de base é excelente, a adaptação poderá ou não resultar. Promete, contudo, boas interpretações que poderão fazer parte da próxima temporada de prémios. Um caso a ver.
Twelve Years a
Slave
Realização: Steve
McQueen
Com: Chiwetel
Ejiofor, Michael Fassbender, Benedict Cumberbatch, Brad Pitt, Paul Dano, Paul
Giamatti, Quvenzhané Wallis
Baseado nas memórias de Solomon Northup, publicadas
em 1853 com o mesmo título, Twelve Years
a Slave é a história de um homem que nasceu livre mas que foi raptado e
feito escravo por doze anos, até conseguir a sua libertação. Este best-seller
do século XIX é agora adaptado ao ecrã pelo britânico Steve McQueen, com o
também britânico Chiwetel Ejiofor no centro de um elenco de peso. McQueen ainda
não falhou enquanto realizador, com os excelentes Hunger e Shame, razão
pela qual este é um filme muito antecipado. Este papel poderá ser a grande
oportunidade de Ejiofor, um excelente actor que ainda não teve a projecção que
merecia (como sabe quem viu o seu Othello no West End). É, também, a terceira
colaboração entre McQueen e Fassbender, que desta vez é o “vilão” da história. Com
estreia prevista para Dezembro nos Estados Unidos, este é um dos filmes que
espero com maior ansiedade este ano.
Trance
Realização: Danny
Boyle
Com: James McAvoy, Vincent Cassel, Rosario Dawson
Trance
parece ser um regresso de Danny Boyle aos seus inícios como realizador, se a
temática for indicação. A história de um roubo que corre mal, de amnésia e
hipnotismo, num “genre film” como Boyle não fazia há muito. No entanto, o filme
já estreou no Reino Unido e a recepção não foi entusiástica. Para além disso,
quanto mais sei do enredo, menos interesse vou tendo, parecendo estar muito
longe daquilo que o trailer nos promete. Contudo – e isto é uma nota pessoal –
é um dos 4 filmes que o estranhamente subvalorizado James McAvoy tem para
estrear este ano. McAvoy é uma das razões, com Boyle e Cassel que me irão levar
a ver este filme, apesar de tudo o resto.
Outra nota pessoal: o papel de Vincent Cassel era,
originalmente, de Michael Fassbender, que teve de sair do projecto por
incompatibilidade de calendário. Quem viu o último X-Men perceberá porque isto me deixou, como a muitos, algo
desiludida, independentemente de apreciar muito Cassel. McAvoy e Fassbender têm
uma das mais extraordinárias químicas que tenho visto nos últimos tempos no
grande ecrã. Devia haver um filme por ano com estes dois.
Wolf of Wall
Street
Realização: Martin
Scorsese
Com: Leonardo
DiCaprio, Jean Dujardin, Joanna Lumley, Jonah Hill, Rob Reiner, Matthew McConaughey
Corrupção em Wall Street. Este é o tema do novo
filme de Martin Scorsese, com argumento de Terence Winter e baseado numa
história verídica (as memórias de Jordan Belfort com o mesmo título). Esta nova
colaboração entre o realizador e DiCaprio está na lista pelas razões mais
óbvias: um filme de Scorsese é sempre dos mais esperados do ano. Tem hipóteses
de vir a ser uma das presenças na próxima temporada de prémios.
The Great Gatsby
Realização: Baz
Luhrmann
Com: Leonardo DiCaprio, Carey Mulligan, Tobey
Maguire
Esta adaptação da obra-prima de Fitzgerald tinha
estreia prevista para o Natal de 2012, tendo sido adiada para a
Primavera deste ano. Claro que isso provocou especulações, dado que adiamentos
deste género raramente anunciam algo de bom. No entanto, se os trailers são
indicação, este será uma festa visual ao estilo de Luhrmann, realizador de Moulin Rouge e de Romeu + Julieta. Infelizmente será, também, em 3D. Suponho que este
será daqueles filmes que irá dividir opiniões, tal como Moulin Rouge há uma década. The
Great Gatsby já foi anunciado como o filme de abertura do Festival de
Cannes e estreará nos cinemas em Maio.
Maria Braun