Antes de tudo, uma pequena observação estatística. Este é o post número 37 do ano 2009. Não se trata de uma efeméride mas antes de um motivo para frisar que no ano passado chegámos ao simpático número 71. Portanto, temos cerca de dois meses para escrever, pelo menos, mais 34 posts. Estou preocupada com a recessão bloguística, camaradas blogueiros!
Mas não era esta a inquietação que queria partilhar convosco.
Há uns dias atrás fui atingida por um fruto da época - uma mísera, simples e banalíssima constipação. Porém, vivemos em tempos estranhos em que cada "atchim" lança uma suspeita de perigo eminente. Neste caso, o perigo parecia residir na minha humilde pessoa.
Estar constipada é sempre desagradável, claro! A dor de garganta, o nariz a pingar, a tosse intermitente não são propriamente "some of my favorite things". Contudo, quando estes sintomas geram olhares de medo entre os desconhecidos com que nos cruzamos pela rua, acreditem que é uma situação com o seu quê de lúdico. É como se fosse Carnaval e eu me tivesse mascarado de pacote de antrax.
No metro, a situação torna-se ainda mais caricata. Não se ouve nenhum "Santinho!" ou um "Saúde!", antes um enxorrilho de expressões reprovadoras que poderiam ser traduzidas num "Quarentena!!". E eu, na plena consciência da inocuidade da minha constipaçãozinha, não resisto em fazer tábua rasa dos protocolos. Até porque espirrar para o cotovelo dá pouco jeito! E é ver a senhora da revista Maria a mudar de lugar, o senhor com os sacos do Pingo Doce a se afastar um pouco de encontro à porta. Será que se eu tocar no varão e acariciá-lo provocatoriamente como uma striper lúbrica, verei os cautelosos utentes do Metro de Lisboa a arriscarem uma fractura na tíbia na próxima curva abrupta?
Pois é, meus amigos, uma solução para conseguirem espaço no metro apinhado em hora de ponta - Atchim!!!
Sally Bowles