domingo, 30 de junho de 2013

q.b.

Um conhecido chef inglês confessou que só recentemente, pela primeira vez na sua vida de trinta e muitos, tinha lido um livro do princípio ao fim. Foi um dos volumes da saga Hunger Games. Há que reconhecer a ironia da coisa - um cozinheiro, "Jogos da Fome". Mas não é por aí que eu vou.
O meu primeiro pensamento quando li este fait-divers foi completamente ao lado. Pensei no chef como uma personagem saída de um livro de Calvino. Imaginei-o um leitor voraz, mas com um handicap: não conseguia lidar com o fim. Então, passava de livro para livro sem nunca acabar nenhum. Ao invés do não-leitor de Se numa noite de Inverno um viajante, seria um meio-leitor.
É embaraçoso, mas vocês têm de me dar um desconto. Estão 34º lá fora. Só passados alguns minutos perdida neste raciocínio, concluí que o cerne da questão era mesmo a baixa literacia do chef, curiosamente, autor de um número infindável de livros de culinária. Mas o que interessa? Nem que nunca tivesse escrito uma linha, além da lista de compras para o restaurante! O homem sabe fazer um risotto perfeito (ou, pelo menos, assim parece, que eu nunca lhe senti o gosto). Eu não.
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Sally Bowles

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Precisa de um desenho?



Curiosamente, não era este o desenho que eu imaginava para O Trópico de Capricórnio de Henry Miller. Ossos do ofício.

Sally Bowles

P.S.: Outros planos manuscritos de clássicos da literatura em Flavorwire

terça-feira, 4 de junho de 2013

Mr. Met





Não liguei ao último disco dos Lambchop, que saiu no ano passado. Mas há poucos dias apanhei no Is a Woman e pu-lo a tocar. Soube-me mesmo bem. Fui então ouvir Mr. M e gostei. O disco está a crescer e a minha ideia de que Kurt Wagner se tornara chato a ir por água abaixo. Talvez esta seja uma daquelas bandas velhas que me vai acompanhar nos próximos tempos.


K. Douglas



Oh, sweet thing




O novo disco dos Vampire Weekend é bem porreiro. É um disco perfeito para estar na esplanada da minha rua a beber uma ou duas cervejas. Não acho que seja substancialmente diferente dos anteriores mas, é certo, é mais introspectivo e agridoce, por assim dizer. Para além de Ya Hey, gosto de Don't Lie, Step e Finger Back.

K. Douglas