segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Opiniões de quem não percebe nada do assunto

Não me pronunciei até agora no fascinante debate sobre minis porque, para ser sincera, detesto cerveja. Detesto o cheiro, o sabor, a cultura que rodeia a cerveja. Nem uns tempinhos em Munique me fizeram mudar de ideias. No entanto, acho interessante que esta seja, aparentemente, uma peculiaridade portuguesa, enquanto na Alemanha, por exemplo, se bebe cerveja ao meio-litro. Ego nacional e tal. Medido pelo tamanho da garrafa de cerveja. E porque não? Como dizia um senhor que todos nós conhecemos (e dificilmente esqueceremos) somos um povo simbolizado por um duplo diminutivo. Por cá é tudo pequenino. Por isso sim, Sally, a mini pode ser um símbolo da nossa identidade nacional.
Ao contrário do caro K, percebo tanto de “bola” como de física quântica e, por isso, nem tal coisa me serve de incentivo. Para além do mais, tenho já demasiados vícios, com a quantidade irresponsável de teína e cafeína que ingiro por dia, para além da pouco saudável predilecção por bebidas doces. E, se o K se quiser encontrar comigo ao fim do dia para um aperitivo, podemos tomar um gin tónico ou um martini. Aí sim, poderemos discutir o programa de Passos Coelho e o futuro sombrio do nosso país, ameaçado por uma cópia barata do horrível David Cameron, que não consegue abrir a boca sem dar tiros nos pés. Qualquer dia o PSD tem de o amordaçar a bem da sanidade colectiva. Finalmente, por falar em discursos desconfortáveis, confesso que a tua expressão “homem-homem”, cara Sally, me perturba um bocadinho, por aquilo que implica. Não leves a mal, OK, não sei se estou a ser demasiado politicamente correcta e humourless (porque sei que é suposto ser uma piada) ou se me surpreende tal expressão vinda da mais famosa criação de Isherwood.
Maria Braun

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Jeitosas & Catitas

Sally, o teu talento é de litrona. Não percebo porque é que este blog não sai da cepa torta. Eu sou um apreciador de minis. É jeitoso. Sais do trabalho, sentas-te numa esplanada e bebes umas minis. Assim, e para responder à tua pergunta, lanço este bitaite para o ar (bitaites vão muito à bola com minis, embora eu esteja, neste momento, a beber uma média): as minis são perfeitas para uma conversa - o pessoal fala sobre a bola ou outra coisa qualquer. Podes beber umas quantas e vais bem para casa. Acompanham na perfeição um petisco ou um aperitivo (não vá alguém achar petisco um bocado vulgar). Quem quiser apanhar uma bebedeira não bebe uma mini. Pedir uma mini quando se sai à noite soa estranho. Pede-se uma imperial, uma média ou outra coisa qualquer. Numa palavra: a mini é catita. Deixa-te bem e podes conduzir sem problemas. É um gostinho. E se a mini faz parte da nossa idiossincrasia nacional, o que temos a fazer é lembrar as palavras de Braudel sobre o significado de ser patriota: amar a nossa terra pelo que ela tem de melhor e ser implacável com o que ela tem de mau. E neste último caso... posso apontar o ordinário programa neoliberal de Pedro Passos Coelho?

K. Douglas

Portugal das Pequeninas

Há um símbolo nacional subvalorizado. E não, este post não tem nada a ver com a República, senhora possante e arejada. Não falo do hino, nem do Zé, nem da unhaca... Falo de um símbolo que, apesar de muito jovem, já se tornou numa instituição, abarcando os quatro cantos de Portugal e todos os escalões do IRS – a mini, ou melhor, a Mini, com maiúscula.
A Mini só poderia surgir em Portugal. Se a Mini surgisse na Noruega teria um público-alvo definido: as senhoras, zelosas da linha e pouco apreciadoras do néctar de cevada, mas que acham que uma garrafa a espumar na mão propicia um ar descontraído, cool.
Mas não, a nossa Mini, a Mini portuguesa é a menina dos olhos de um outro sector de consumidores, o homem, mais do que isso, o homem-homem, não o homem-quesapatosfabulooooosos. E a sintaxe ajuda. “Quero uma Mini preta?” é uma frase problemática em lábios femininos.
O objectivo do homem-homem quando bebe cerveja é, essencialmente, a embriaguez. Porquê, então, optar por um formato tão pequeno, por uma quantidade tão ínfima de álcool diluído? Em última instância, nem é algo muito másculo.
Mas, enfim, já que tocámos neste ponto, ponderemos sobre a relação trolha-Mini (não confundir com mini-trolha). O trabalho braçal provoca uma constante perda de líquidos, certo? A hidratação é vital. Beber água é para meninos. Solução – cerveja. Uma escolha incoerente – Mini (ainda há garrafas de litro de Sagres? Seria mais lógico...). Ali, na pausa do almoço, com a sandes de ovo numa mão e a Mini na outra, o trolha mira o movimento na rua, vê uma rapariga, lança o piropo e beberica a sua cervejinha. Arroto. Duvido do elã viril desta imagem.
A Mini também não se revela saudável para a economia portuguesa. E nem o OE pondera este ponto. Num momento em que o consumo interno se retrai à mesma velocidade com que o Usain Bolt chega à meta e é necessário apostar no aumento das exportações, o que fazer com a Mini? A Mini não é passível de exportação. Imaginem: a Mini na Alemanha, a Mini na Irlanda, a Mini na Inglaterra... Seríamos gozados até à exaustão. A expressão “a minha é maior do que a tua” faria todo o sentido! Podíamos responder a isso com o défice mas, mesmo assim, a Irlanda ainda levava a melhor.
A Mini é tão nossa quanto o Cozido. É quase uma private-joke... que eu ainda não percebi.
Oh K., tu, elemento masculino do Confuse, poderás esclarecer-nos, não?
Sally Bowles

sábado, 9 de outubro de 2010

Happy Birthday!



Junto-me às celebrações do aniversário de John Lennon. 70 anos.
Parabéns!
















Maria Braun