segunda-feira, 23 de março de 2009

Ainda Jools

Resolvi continuar com o que se pode chamar “homenagem a Later”. Mais três actuações retiradas do programa de Jools Holland, agora só com vozes femininas. A primeira é Bjork, com Hyperballad, em 1996.



Segue-se Tori Amos, com Suede, em 1999.



Por fim, a primeira actuação das três, em termos cronológicos. São os Portishead, com Glory Box, em 1994.



Enjoy!

Maria Braun

quarta-feira, 18 de março de 2009

Ao vivo com Mr. Holland


Pulp, I Spy (1995)

Por falar em programas televisivos que vemos religiosamente, acho que é tempo de mencionar Later with Jools Holland. Durante toda a segunda metade dos anos 90 e primeiros anos desta década não perdi uma única emissão. Quando penso na televisão que via na altura, esta é uma das minhas referências. Na década de 90, quando muitos programas de música apostavam nos videoclips e deixavam transparecer a influência MTV, era um alívio ver Later. Não era, nem por sombras, perfeito, mas conseguia ser ecléctico, misturando os sabores do momento com “clássicos” ou com algumas escolhas pessoais de Holland (muitas no campo da “world music”). Juntava-se cinco ou seis bandas ou músicos num único espaço, tocando alternadamente, e Holland servia de mestre-de-cerimónias. Later acabava por ser mais intimista que a maior parte dos outros programas de divulgação musical – o que deu o seu resultado, já que está no ar desde 1992. Nos últimos quatro ou cinco anos, no entanto, deixei de seguir o programa tão de perto.
Sempre que penso em Later – e na televisão que via nessa época, em geral – há um momento que me vem à mente instantaneamente. Falo da última canção que os Pulp tocaram na sua aparição em 1995, I Spy, que encerrou a emissão. Durante seis minutos não fui capaz de desviar os olhos do ecrã e de Jarvis. Às vezes não há uma explicação racional para as nossas preferências, mas a verdade é que, para mim, foi um momento hipnótico. Um daqueles momentos que definem um programa.
Junto outra actuação, esta de 1996: eram os Suede, com Trash.


Suede, Trash (1996)


Maria Braun

domingo, 15 de março de 2009

Stewart vs. Cramer

Há cerca de 9 anos que vejo fielmente o Daily Show e que ouço atentamente Jon Stewart. As últimas semanas relembraram-me porque o faço. A batalha de palavras entre Stewart e a CNBC – que o comentador financeiro Jim Cramer resolveu levar a peito, expondo-se desnecessariamente à fúria de Stewart – culminou na 5ª feira passada, com o apresentador do Daily Show a esmagar toda a credibilidade de Cramer. Esta história está por todo o lado, domina os blogs de opinião, os jornais e, segundo se diz, chegou à Casa Branca. Mas, mais que tudo, esta tomada de posição de Jon Stewart leva a uma pequena reflexão. Porque é que o trabalho dos jornalistas está a ser feito por um humorista? O apresentador de um programa satírico é, citando o New York Times, “the most trusted man in America”. Ele fez as perguntas difíceis que nenhum jornalista ousava fazer durante os anos Bush; agora, em altura de crise financeira, é Stewart que pergunta porque é que os comentadores e jornalistas financeiros não só não viram a crise a chegar, mas ainda a desvalorizaram enquanto puderam. Stewart aponta o dedo e diz que aqueles que tinham a responsabilidade de fazer jornalismo de investigação e de descobrir o que se estava a passar fugiram a essa responsabilidade e continuaram a servir os interesses das empresas. Todos nós sabemos quão confortáveis esses dois mundos estão um com o outro, ao ponto de já não se distinguirem – e isto também se aplica ao jornalismo político. Quando os jornalistas estão mais preocupados em fazer parte de um grupo e em defender os interesses desse grupo, a investigação acaba por ficar a cargo daqueles que não tem essa função. Jornalistas financeiros? Não, profetas do mercado livre. Parabéns a Jon Stewart. Porque ele prova que é melhor jornalista do que muitos que usam esse título.
Maria Braun

sexta-feira, 13 de março de 2009

Dreaming about Acapulco and having fun

Air France, No Excuses.

K.Douglas

«Push the barman to "heal" old wounds»

Devo dizer que já ando há algum tempo para fazer referência aos dois seguidores oficiais deste blogue. Em vez de ter ficado contente quando os vi, devia ter ficado preocupado e pensar nas parvoíces que vou escrevendo. Mas sofro de algumas patologias, nomeadamente de egoísmo lógico - se tal coisa existir - e não me preocupei. Pelo contrário, fiquei completamente rendido ao blogue de um dos nossos seguidores: um blogue de cocktails. The perfect blog! Não vou dizer que este blogue é o verdadeiro, o genuíno, o autêntico, serviço público, isso apareceria noutros sítios, ou que devia espezinhar os blogues de receitas para a bimby (o que deveria acontecer), mas uma coisa tão simples como: para além de todo o possível estilo que a coisa tem, este blogue, como os possíveis congéneres, é verdadeiramente útil, eficaz, no combate contra o tédio. O mesmo é dizer que é o remédio para o mal da existência, para um dos seus maiores (qualitativamente) pecados. Ah! o gelo escandinavo! Um Epicuro shot, por favor.
K. Douglas